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‘No, we Kan’t’: mais um primeiro-ministro japonês renuncia

Nesta segunda, o premiê Naoto Kan deixa oficialmente o seu cargo no Japão

Por Da Redação
29 ago 2011, 03h43

Quando venceu as eleições para primeiro-ministro no Japão, em junho de 2010, Naoto Kan foi recebido pela população com otimismo. Camisas e objetos com os dizeres “Yes, we Kan” – uma brincadeira com o famoso slogan da campanha do presidente americano Barack Obama, em 2008 – eram vistos pelo país, simbolizando a crença dos japoneses em mudanças sociais, políticas e econômicas, inspirados na figura do premiê. À época, ele era o quinto político a assumir o frágil posto de primeiro-ministro da terceira economia mundial em apenas quatro anos – e enfrentaria uma estrada árdua pela frente até o anúncio oficial de sua renúncia, na última sexta-feira.

Filho de empresário e formado no Instituto de Tecnologia de Tokyo, Kan só entrou para o mundo da política nos anos 1980. Tornou-se um ativista envolvido especialmente em questões feministas e ambientais. Após três tentativas frustradas, finalmente conseguiu ganhar um assento no Parlamento, como membro do Partido Social Democrata. Em 1996, passou a formar o Partido Democrático do Japão, assim como o antecessor, Yukio Hatoyama. A partir de então, ocupou uma série de altos cargos, incluindo o de ministro da saúde e das Finanças, assim como líder do partido em duas passagens.

Como ministro da Saúde, em meados de 1990, ele ganhou amplo apoio e popularidade quando expôs o papel do governo em um escândalo de sangue infectado com HIV. Sua afiada habilidade em debater, seu pragmatismo e sua reputação o distinguiam de Hatoyama – que foi apelidado de “alien” pela imprensa local. Ao longo de seu mandato, Naoto Kan ficou conhecido por ter o pavio curto e foi apelidado de “Kan irritável”. Em novembro de 2010, foi eleito a 27ª pessoa mais influente do mundo no tradicional ranking da revista Forbes.

Falhas – Contudo, seu histórico não era completamente imaculado: Kan deixou o cargo de líder do DPJ em 2004, após admitir a incapacidade de pagar contribuições para a pensão integral do estado – sendo que ele próprio já havia atacado outros políticos pelo mesmo motivo. Apenas três meses depois de ser empossado premiê, Kan sobreviveu a um desafio de liderança de seu próprio Partido Democrático. Também iniciou enfrentamentos importantes contra a crise do iene e a crescente dívida pública, enquanto Pequim se mostrava cada vez mais assertiva em suas reivindicações territoriais no Mar da China Oriental.

Na última sexta-feira, o impopular Naoto Kan – que já havia prometido aos japoneses renunciar – divulgou oficialmente sua decisão de deixar o cargo, após o Parlamento japonês aprovar duas leis promovidas por ele relativas à reconstrução do país nas áreas mais atingidas pelo terremoto seguido de tsunami do dia 11 de março deste ano. Ele também tinha condicionado sua renúncia à aprovação de outra lei para ativar o segundo orçamento extraordinário. “Já que foram cumpridos os três requisitos que estipulei, vou deixar o cargo de presidente do partido, como me comprometi a fazer no dia 2 de junho passado”, justificou.

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