No Iêmen, trégua é ignorada: conflitos matam 15
Após a queda de Kadafi na Líbia, o clima se reacende também em Sanaa
A trégua na cidade iemenita de Sanaa entre partidários e adversários do ditador Ali Abdullah Saleh, que tentam derrubar o governante que está há 33 anos no poder, foi quebrada nesta terça-feira por episódios de violência que deixaram quinze mortos na capital e em Taiz, no sudoeste.
“A trégua não foi respeitada um só segundo”, afirmou o opositor Cheikh Hemyar al-Ahmar. “Nossas casas estão sendo bombardeadas neste momento”, no norte de Sanaa, acrescentou. Uma fonte tribal disse ainda que os bombardeios deixaram um morto e nove feridos entre os partidários dos dois chefes tribais.
Cheikh Hemyar acusou as tropas de Saleh de não respeitar esta trégua anunciada por uma fonte governamental e que deveria ter entrado em vigor no meio da tarde. Um correspondente da agência France-Presse confirmou que os disparos de armas automáticas e de obuses de morteiro não cessaram na capital.
Antes do anúncio da trégua, Sanaa registrou uma nova marcha sangrenta contra Saleh durante a qual três manifestantes foram mortos e 40 ficaram feridos por tiros disparados por soldados leais a Saleh. Em Taiz, oito pessoas foram mortas, entre elas uma criança de sete anos, uma mulher e um policial, de acordo com fontes médicas. O Ministério do Interior anunciou que quatro policiais foram mortos e dez ficaram feridos.
Os manifestantes em Sanaa, estimados em vários milhares, tinham tentado se dirigir para o bairro de Al-Qaa, ocupado pelas forças fiéis ao presidente, quando foram atacados. “Muamar Kadafi caiu na Líbia, açougueiro, ouça seu povo”, “o povo quer a condenação do tirano na justiça”, bradavam os manifestantes contra o chefe de Estado, no poder há 33 anos.
(Com agência France-Presse)