Durante um discurso para marcar o primeiro aniversário da invasão à Ucrânia, o presidente do país, Volodymyr Zelensky, prometeu lutar pela vitória neste segundo ano. Segundo o líder ucraniano, o dia em que a guerra começou, 24 de fevereiro de 2022, foi “o dia mais longo de nossas vidas”.
Em todo o país, ocorrem eventos elaborados para comemorar os mortos no conflito, como funerais e serviços religiosos – um lembrete sombrio do desgaste da guerra contínua.
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No discurso em vídeo, como já é marca registrada de Zelensky, o presidente adotou um tom de desafio ao parabenizar os ucranianos por sua resiliência diante da pior guerra da Europa desde a Segunda Guerra Mundial. Ele disse ainda que eles provaram ser “invencíveis” ao longo de “um ano de dor, tristeza, fé e união”.
Vestido com um moletom azul com o emblema do tridente da Ucrânia, Zelensky prestou homenagem a cidades que se tornaram sinônimos de crimes de guerra russos, ainda sob investigação, como Bucha, Irpin e Mariupol, as “capitais da invencibilidade”, segundo ele.
“Nós sobrevivemos ao primeiro dia da guerra em grande escala. Não sabíamos o que o amanhã traria, mas entendíamos claramente que para cada amanhã é preciso lutar. E nós lutamos”, disse.
“O dia mais longo de nossas vidas. O dia mais difícil da nossa história moderna. Acordamos cedo e não dormimos desde então”, acrescentou.
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Nas redes sociais, muitos ucranianos postaram lembranças do primeiro dia da guerra, quando tanques russos invadiram a fronteira e aviões e mísseis atingiram cidades ucranianas.
Sem perspectiva de paz, o Ministério da Defesa do Reino Unido disse nesta sexta-feira que a Rússia parece ter mudado de tática recentemente. Segundo a inteligência britânica, Moscou pretende usar seu vantajoso suprimento de soldados e base industrial para desgastar a Ucrânia no longo prazo.
O ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksii Reznikov, respondeu que suas forças estão fazendo planos para expulsar os soldados russos do país.
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“Um ano atrás, era difícil conseguir armas sérias. Hoje, os países civilizados veem que [as Forças Armadas] são o escudo da Europa no leste”, disse. “Haverá uma contra-ofensiva. Estamos trabalhando duro para nos preparar.”
Na frente geopolítica, a China, que estreitou laços com a Rússia desde o início da guerra por meio do comércio exterior e ideologia, pediu um cessar-fogo nesta sexta-feira, uma ideia anteriormente rejeitada pela Ucrânia por temores de que isso abrisse uma janela de tempo para a Rússia se reagrupar após reveses no campo de batalha.
Um documento de 12 pontos emitido pelo Ministério das Relações Exteriores da China também pediu o fim das sanções do Ocidente contra a Rússia. Essa sugestão também parece inviável, visto que as nações ocidentais devem apertar ainda mais o cerco à economia russa, não afrouxá-lo.