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Nicolás Maduro quer cobrar por casas de programa social

Presidente diz que, com pagamento, as famílias beneficiadas vão sentir que "conquistaram" sua residência. Programa foi lançado por Chávez em 2011

Por Da Redação
17 Maio 2013, 23h56

Já pensando na disputa presidencial de 2012, o coronel Hugo Chávez lançou em 2011 um programa que prometia distribuir casas para famílias carentes sem nenhum custo e, em alguns casos, mobiliadas. Mas o fardo de uma economia em frangalhos que o caudilho deixou para seu herdeiro político Nicolás Maduro parece estar pesado demais. E o bolivarianismo, a ideologia da linha populista autoritária propugnada por Chávez, vai sendo enterrada. Em um ato de entrega de casas no estado de Barinas, nesta quinta, o presidente indicou que os beneficiados terão de pagar pelas residências que receberam.

Maduro disse que só assim será possível continuar financiando o programa habitacional. “Como vamos sustentar o gasto e os investimentos nas moradias dos próximos anos? Faremos mágica?”, disse. Acrescentou também que famílias mais pobres podem ficar livres do pagamento ou efetuar uma contribuição “simbólica, de 100 bolívares (31 reais), 200 bolívares (62 reais)”. O objetivo, segundo ele, é que os beneficiários sintam “que não estão sendo presenteados, mas que estão conquistando sua casa com seu trabalho, seu suor”.

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O jornal espanhol El País, em artigo sobre a mudança de rumo no programa social venezuelano, lembra que faltou Maduro dizer se, com o pagamento, os beneficiários passarão a ser proprietários dos imóveis, já que, pelo esquema atual, os moradores recebem apenas um título que não permite a transferência do bem.

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Abastecimento – O consumo se manteve impulsionado na Venezuela, nos últimos anos, exatamente devido aos programas assistencialistas, que também criaram uma fiel base eleitoral que sustentou Chávez no poder. O país tem um histórico de inflação alta e o consumo ajudou o índice a se manter acima de 20% durante todos os 14 anos do governo do caudilho, segundo dados do Fundo Monetário Internacional. Neste período, o país que conta com as maiores reservas de petróleo do mundo, também enfrentou um doloroso processo de estatização, sucateamento da indústria e descontrole de gastos públicos.

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A conta agora terá de ser paga por Maduro, que já dá sinais de como vai tentar fechar o buraco. Além da ideia de cobrar dos beneficiários de programas assistenciais, na última semana, ele fez um giro pelos países do Mercosul para ‘passar o pires’ e fechar acordos para garantir que os supermercados na Venezuela tenham alimentos e itens de higiene pessoal para vender. O desabastecimento chegou a tal ponto que, na última segunda-feira, o governo anunciou a importação de 50 milhões de rolos de papel higiênico para enfrentar a escassez do produto.

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