O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, disse neste sábado que Barack Obama é “o chefe maior dos diabos”, após o presidente americano criticar a crise pós-eleitoral na Venezuela. “Estamos defendendo as instituições, a paz, a democracia, o povo da Venezuela. Podemos nos sentar com qualquer um, até com o chefe maior dos diabos: Obama”, declarou Maduro em um ato público no Quartel da Montanha, onde está sepultado Hugo Chávez.
Na sexta-feira, em entrevista concedida na Costa Rica, Obama afirmou que “toda a região tem visto a violência, as manifestações e a repressão à oposição” que ocorrem na Venezuela nas últimas semanas. Protestos violentos deixaram ao menos nove mortos e dezenas de feridos. Na terça-feira passada, deputados chavistas e opositores trocaram socos no plenário da Assembleia Nacional, após seu presidente, Diosdado Cabello, negar a palavra aos legisladores que não reconhecem a vitória de Maduro.
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“É o próprio Obama, como fantoche deste poder imperial, que está por trás do financiamento desta direita que quer destruir a democracia venezuelana”, continuou o venezuelano, que não teve a vitória reconhecida por Obama e o acusa de apoiar a oposição do país. “Acredito que nosso ponto de vista geral é que cabe aos cidadãos da Venezuela escolher seus líderes em eleições legítimas”, destacou o presidente americano. “Nosso único interesse é garantir que os venezuelanos sejam capazes de escolher seu próprio destino, livres das práticas das quais todo o hemisfério se distanciou, de forma geral.”
Maduro tentou inverter o jogo, e responsabilizou Obama pelos episódios de violência que afirma terem sido “planejados” antes da viagem iniciada na quinta-feira por ele pela América Central. “Já partindo da América Central, Obama diz um monte de impertinências, de insolências e dá uma ordem e seu aval para que a direita fascista ataque a democracia venezuelana.” A oposição venezuelana impugnou na quinta-feira os resultados das eleições junto ao Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), alegando “subornos, violência e fraudes” em todo o processo que deu a vitória a Maduro sobre o opositor Henrique Capriles por cerca de 240 mil votos.
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(Com agências EFE e AFP)