O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, qualificou de “falsas” e “escandalosas” as declarações de seu colega turco, Recep Tayyip Erdogan, que acusou Israel de explorar o Holocausto para matar “centenas de milhares de palestinos”.
“Essas alegações são falsas. São acusações escandalosas contra Israel, que não têm nada a ver com os fatos”, afirmou Netanyahu em entrevista que será publicada na quarta-feira pelo Jerusalém Post. O escritório do primeiro-ministro confirmou à AFP o conteúdo das declarações citadas pelo jornal.
“Lamento escutar esse tipo de declarações por parte do dirigente da Turquia”, disse Netanyahu. “Nós não exploramos o Holocausto, que foi o pior crime perpetrado contra nosso povo”, completou o primeiro-ministro israelense.
Em entrevista divulgada no sábado e publicada no site da CNN, o primeiro-ministro turco falou de “centenas de milhares de palestinos mortos” desde o início do conflito com Israel.
“Os israelenses voltam sem parar à questão do genocídio, e ao explorar esse genocídio, agem sempre como se fossem vítimas permanentes”, completou Erdogan, segundo a transcrição de sua entrevista.
Em resposta, Netanyahu acusou a Turquia de “atacar a liberdade de imprensa e prender jornalistas”.
Trata-se das primeiras críticas feitas pelo chefe de governo israelense a Erdogan desde o início da crise diplomática entre os dois países. Até agora, Netanyahu se absteve de responder diretamente aos ataques do líder turco.
Ancara decidiu recentemente expulsar o embaixador de Israel na Turquia, e congelar as relações militares, outrora muito importantes. Dessa forma, o governo turco protestou contra a negativa israelense de apresentar desculpas pelo ataque a uma flotilha turca que, em maio de 2010, tentou romper o bloqueio marítimo à Faixa de Gaza. No ataque, em águas internacionais, morreram nove turcos.