O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, denunciou nesta sexta-feira a decisão “unilateral” do presidente palestino Mahmud Abbas de pedir a adesão de um Estado da Palestina na próxima semana à ONU.
“A paz não será conquistada por meio de uma demanda unilateral na ONU”, indicou Netanyahu em um breve comunicado.
“Não se pode obter a paz associando-se com a organização terrorista Hamas”, movimento islamita no poder na Faixa de Gaza, acrescenta o comunicado, em referência ao processo de reconciliação entre o partido Fatah de Abbas e o Hamas.
Israel e Estados Unidos se opõem à solicitação de adesão de um Estado da Palestina às Nações Unidas, argumentando que a paz pode ser conquistada apenas com um retorno às negociações diretas, que estão completamente congeladas há um ano.
O presidente palestino Abbas afirmou nesta sexta-feira que apresentará o pedido de adesão de um Estado palestino à ONU na próxima semana para que seja submetido ao Conselho de Segurança.
“Vamos ao Conselho de Segurança”, declarou Abbas em um discurso transmitido pela televisão para a liderança palestina em Ramallah, dias antes de apresentar, no dia 23 de setembro, “o pedido de adesão” de um Estado da Palestina à ONU, que considerou um “direito legítimo” que repara uma “injustiça histórica”.
“Após meu discurso (diante da Assembleia Geral da ONU) apresentarei a demanda de adesão ao secretário-geral, para que a envie ao presidente do Conselho de Segurança”, indicou.
Já o movimento Hamas criticou também nesta sexta-feira a decisão de Abbas de solicitar a adesão de um Estado palestino à ONU, classificando-a de “solitária” e considerando que apresenta “grandes riscos”.
A solicitação de Abbas “apresenta muitos riscos e pode constituir uma violação dos direitos nacionais, tais como o direito ao retorno, nosso direito à resistência e à autodeterminação”, declarou à AFP Sami Abu Zuhri, porta-voz do Hamas em Gaza.