Em sua primeira grande entrevista como presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden garantiu que seu governo não será um “terceiro mandato de [Barack] Obama”, em referência ao ex-presidente democrata a quem serviu como vice por oito anos.
Ao programa Nightly News, da rede americana NBC, Biden disse que sua administração quer representar todo o “espectro do povo americano, assim como todo o espectro presente dentro do Partido Democrata”.
“Estamos em um mundo totalmente diferente do que estávamos durante a administração Obama-Biden”, disse. “O presidente [Donald] Trump mudou todo o cenário.”
Biden afirmou ainda que não descarta nomear algum republicano que apoiou a reeleição de Trump para sua equipe. “Eu quero esse país unido”, disse, mas ressaltou que seu governo terá uma agenda “progressista”.
Questionado sobre cargos para os senadores Bernie Sanders e Elizabeth Warren, que o apoiaram durante a campanha, disse que “nada está fora de questão”. Mas reconheceu que tirar alguém do Senado ou da Câmara dos Deputados é “uma decisão muito difícil”.
Transição
Joe Biden revelou ainda que já conversou com mais de 20 líderes mundiais e disse que todos “eles estão empolgados” para a mudança de governo. O democrata lembrou que o governo de Donald Trump agora está facilitando a transferência do poder, depois de levantar o bloqueio que havia imposto à transição. “Devo dizer que a abordagem tem sido sincera, não tem sido relutante até agora e não espero que seja”, disse Biden
“Eles já estão trabalhando para que eu receba diariamente os relatórios presidenciais, estamos trabalhando em uma reunião com a equipe do coronavírus da Casa Branca”, explicou o presidente eleito, que disse que seu objetivo é distribuir a vacina. “Então, acho que não chegaremos tão atrasados (quando chegarmos à Casa Branca) como pensávamos”.
O atual governo autorizou na segunda-feira 23 o início oficial da transição ao governo Biden, assim como acesso de sua equipe a informações confidenciais e aos prédios administrativos. A medida foi tomada apesar da insistência de Donald Trump em não reconhecer a derrota e alegar fraude, sem prova nenhuma.