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Nancy Pelosi diz que pode adiar envio de impeachment ao Senado

Democratas temem que julgamento na Câmara Alta não seja justo e que Donald Trump seja absolvido rapidamente

Por Da Redação
Atualizado em 19 dez 2019, 10h20 - Publicado em 19 dez 2019, 09h49

Momentos após a histórica aprovação do impeachment de Donald Trump na Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, a presidente da Casa, Nancy Pelosi, afirmou que considera adiar o envio do processo para julgamento final no Senado. Segundo a democrata, seu partido quer provas de que o caso conduzido pela Câmara Alta será “justo”.

“Tomaremos nossa decisão sobre quando enviar [o processo] quando soubermos o que eles estão fazendo no Senado”, afirmou Pelosi nesta quarta-feira, 18. “Até agora, não vimos nada que nos parece justo”.

A Câmara aprovou o impeachment do presidente por abuso de poder com  230 votos a favor e 197 contra, depois de sete horas de debates no plenário. Trump tornou-se, com isso, o terceiro líder americano a ser a julgado pelo Senado, a próxima etapa desse processo. Os anteriores foram Andrew Johnson, em 1868, e Bill Clinton, em 1998. Os dois foram absolvidos. Richard Nixon renunciou em 1974 antes da votação.

Uma segunda votação deu-se em seguida, referente à acusação de obstrução dos trabalhos de investigação do Congresso, e terminou com 229 votos a favor e 198 contra, com 3 abstenções e uma ausência.

Agora, a Câmara deve selecionar parlamentares para atuarem como promotores e apresentarem o caso contra Trump no julgamento no Senado. Os democratas da Câmara dizem que a maioria dos representantes no Senado deve sair do Comitê Judiciário da Casa e possivelmente do Comitê de Inteligência, que liderou a investigação. Muitos deputados esperam ser selecionados para o cargo, que é de grande importância.

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Essa nomeação pode ocorrer nesta quinta-feira, 19, antes do recesso de fim de ano, mas os parlamentares podem aguardar até o próximo ano.

“Não podemos nomear os representantes até que vejamos como será o processo no Senado”, disse Pelosi após a aprovação do impeachment na noite de quarta.

Os democratas estão preocupados com os recentes comentários do presidente do Senado, o republicano Mitch McConnell, que chegou a afirmar que o planejamento do julgamento na Câmara Alta foi coordenado de perto com a Casa Branca e que Trump seria absolvido rapidamente. Alguns legisladores da oposição temem que McConnell não vá convocar nenhuma testemunha para depor no processo ou sequer tentar reunir novas evidências.

“Isso não é o que eu considero um julgamento justo”, disse Pelosi.

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Segundo o jornal The New York Times, o deputado democrata Earl Blumenauer, do Oregon, falou com pelo menos outros 40 democratas que são favoráveis ao adiamento do envio do processo ao Senado. Além disso, há alguns membros do partido que já advogam por simplesmente nunca enviar o caso à Câmara Alta, para que dessa forma Trump não tenha a possibilidade de ser absolvido.

Candidato à reeleição pelo Partido Republicano em 2020, o presidente é acusado pela Câmara dos crimes de abuso de poder e de obstrução dos trabalhos do Congresso. O primeiro tem como base as pressões dele sobre o presidente da Ucrânia, Vladimir Zelensky, para investigar a presença do filho de seu potencial adversário eleitoral, Joe Biden, no conselho de uma empresa envolvida em corrupção. O segundo se refere ao veto de Trump ao depoimento de seus colaboradores no inquérito em andamento.

Em um documento de 658 páginas que oficializou o processo de impeachment, o Comitê Judiciário da Câmara concluiu que Trump “traiu a nação ao abusar das funções de seu posto”.

O Senado é controlado pelos colegas republicanos de Trump, que em sua maioria defendem o presidente. Uma maioria de dois terços dos presentes na Casa composta por 100 parlamentares é necessária para que o magnata seja condenado, o que implica que cerca de 20 dos 53 senadores republicanos precisariam votar contra o presidente para que ele fosse impedido de continuar no cargo.

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