O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, se reuniu nesta terça-feira 25 na sede da ONU, em Nova York, com a alta representante para a Política Externa da União Europeia (UE), Federica Mogherini, com quem discutiu a implementação do Acordo de Diálogo Político de Cooperação (PDCA) entre o país e o bloco.
Os dois conversaram sobre a efetivação do pacto, que entrou em vigor provisoriamente em novembro de 2017.
O acordo prevê a normalização das relações entre Cuba e a UE, marcadas anteriormente pela chamada “posição comum”, que condicionava qualquer ação diplomática aos avanços em direitos humanos na ilha.
Até a assinatura do acordo, em 2016, Cuba era o único país latino-americano não contemplado por esse tipo de vínculo.
O acordo
O processo de implementação do pacto começou em maio, em Bruxelas, com uma reunião entre o ministro de Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, e Mogherini. Na ocasião, a chefe da diplomacia da UE considerou o encontro como “histórico e positivo”.
Negociado durante quase dois anos, a partir de abril de 2014, o tema dos direitos humanos foi um dos obstáculos do Acordo de Diálogo Político e Cooperação, solucionado com o início de um diálogo à parte sobre a questão.
E, apesar de o pacto contemplar a possibilidade de suspensão em caso de violação dos compromissos sobre direitos humanos, muitos eurodeputados, especialmente conservadores e liberais, pediram uma linguagem mais dura nesta questão e a respeito das liberdades públicas antes de aprová-lo no Parlamento Europeu em 2017.
O acordo também estabelece as bases das relações comerciais entre o bloco e a ilha. Uma resolução adotada pela Eurocâmara sobre o pacto, mas que não faz parte do texto oficial, exige que a UE, entre outras medidas, ajude na “transição econômica e política em Cuba estimulando a evolução a parâmetros democráticos”.
A reunião entre Díaz-Canel e Mogherini é apenas um dos compromissos da intensa agenda do presidente cubano em sua primeira visita aos Estados Unidos. Ele está em Nova York para a 73ª Assembleia-Geral da ONU, onde discursará nesta quarta-feira (26).
O sucessor de Raúl Castro, que assumiu o cargo em abril do ano passado, já se reuniu com os presidentes de Espanha, Pedro Sánchez, Argentina, Mauricio Macri, África do Sul, Cyril Ramaphosa, Panamá, Carlos Varela, e Angola, João Lourenço.
(Com EFE)