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Na Espanha, mulheres poderão descer fora do ponto para evitar assédio

Cidades estão criando “paradas antiassédio” para mulheres que utilizam ônibus à noite descerem o mais próximo possível de suas casas

Por EFE
27 mar 2018, 10h28

É noite e uma mulher pede ao motorista do ônibus para descer fora do ponto para ficar mais perto de casa. Isso já ocorre em Vigo, no norte da Espanha, e em breve acontecerá também em outras cidades do país para reduzir o risco de assédio e agressões que elas costumam sofrer.

Paradas “sob demanda”, “intermediárias” ou “antiassédio” são os diferentes nomes que a iniciativa recebeu nas cidades que estudam colocá-la em vigor nas linhas noturnas. O objetivo é fazer com que as mulheres se sintam um pouco mais seguras na volta para casa de madrugada depois do trabalho ou de uma festa, normalmente com certo medo de sofrer algum tipo de assédio ou agressão se estão sozinhas.

Desde fevereiro, este sistema funciona na cidade de Vigo, onde é aplicado a partir das 22h30 em todas as linhas urbanas que prestam o serviço noturno. O prefeito Abel Caballero detalhou ao informar sobre a medida que as mulheres que pedissem a parada fora do ponto deveriam ficar na parte dianteira do veículo e descer pela porta mais próxima ao motorista.

Já em Bilbao, também no norte da Espanha, a prefeitura aprovou por unanimidade no final de janeiro o novo regulamento do Bilbobus, que incorpora “paradas intermediárias” noturnas para prevenir abusos e agressões machistas.

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Dada a boa recepção entre os usuários, outras duas cidades do País Basco, como San Sebastián e Vitoria-Gasteiz, estão estudando medidas similares.

Barcelona, a segunda maior cidade da Espanha, pode ser a próxima a colocar em prática a ideia, já que a região metropolitana aprovou no final de fevereiro uma proposta sobre as “parada sob demanda”. Em Zaragoza o projeto é estudado dentro do plano de mobilidade urbana do governo.

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Os exemplos de interesse nesta forma de prevenir abusos são vários e estão se espalhando por todo o país. Recentemente, a porta-voz adjunta do partido Esquerda Unida na prefeitura de Sevilla, Eva Oliva, disse que pedirá na próxima reunião a implantação de “paradas antiassédio”. Os desafios passam, porém, por evitar que os ônibus virem táxis e não acabem prejudicando o serviço com muitas paradas.

A quantidade de vítimas de violência sexual cresceu na Espanha nos últimos anos e superou os 150 mil casos em 2017, de acordo com dados do Observatório Contra a Violência Doméstica e de Gênero do Conselho Geral do Poder Judicial.

Em 1998, foram criados planos plurianuais de Ação Contra a Violência de Gênero, seguidos em 2003 pela Ordem de Proteção às Vítimas de Violência Doméstica e, em 2004, foi implantada a Lei de Medidas de Proteção Integral contra a Violência Sexual.

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Em setembro do ano passado, o parlamento espanhol aprovou um Pacto de Estado Contra a Violência Sexual, que inclui uma estratégia de maior sensibilização ao problema e fundos para novas medidas legais. O acordo conta com 200 medidas para prevenir a violência e uma verba de 1 bilhão de euros (pouco mais de R$ 4 bilhões) durante cinco anos para sua aplicação.

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