O Museu do Tributo ao 11 de Setembro, em Nova York, fechou as portas permanentemente na quarta-feira, 17, menos de um mês antes do marco de 21 anos dos ataques terroristas que redefiniram a política norte-americana. Em comunicado, a chefia do local citou como motivo para o encerramento de atividades a falta de recursos e consequente acúmulo de dívidas para preservação.
“Dificuldades financeiras, incluindo a perda de receita causada pela pandemia, nos impedem de gerar financiamento suficiente para continuar a operar o museu físico”, disse Jennifer Adams, cofundadora e CEO do museu, em nota à imprensa.
+ EUA ainda lutam para julgar mentores do 11 de setembro de 2001
O acervo dependia fortemente dos turistas internacionais: antes da pandemia, cerca de 40% dos visitantes do museu vinham do exterior. Em 2021, o museu recebeu 26 mil visitantes, uma redução de 83% em relação a 2019, quando o museu recebeu 150 mil visitantes.
O museu foi inaugurado em 2006 e contava com uma equipe de 10 pessoas e mais de 300 voluntários. Além do acervo, também realizava programas e treinamentos com mais de mil sobreviventes e socorristas para ajudar na recuperação de vítimas.
Além da baixa procura, o acervo é menor e menos conhecido do que o Museu Memorial Nacional do 11 de Setembro, informalmente conhecido como “Ground Zero”, onde fica o memorial construído sobre o local onde ficavam as Torres Gêmeas.
+ As lições aprendidas nos 20 anos de Guerra ao Terror
Em 11 de Setembro de 2001, quatro aviões civis foram sequestrados e jogados contra as Torres Gêmeas, em Nova York, o Pentágono e um campo na Pensilvânia, matando quase 3 mil pessoas. O evento provocou mudanças como o alistamento em massa de americanos para a chamada Guerra ao Terror e o endurecimento global em protocolos de segurança para evitar que aeronaves pudessem ser novamente usadas como armas para o terrorismo.
Com o fechamento do Museu do Tributo, a maioria dos artefatos, vídeos e outros itens serão transferidos para o Museu do Estado de Nova York em Albany. O programa Tribute Walking Tour, liderado pela comunidade de sobreviventes do 11 de Setembro, socorristas, moradores e familiares também será encerrado.
+ 11 de Setembro desencadeou ódio a muçulmanos – que segue nos dias de hoje
No entanto, os arquivos do museu permaneceram no mundo on-line. “Por mais de uma década, o Tribute Museum compartilhou recursos educacionais para professores e alunos on-line, alcançando salas de aula em todo o mundo com histórias pessoais”, afirmou o espaço.
O museu destacou que seu acervo virtual “oferece histórias interativas em vídeo de pessoas que foram profundamente afetadas pelos ataques e revelam como elas responderam com iniciativas humanitárias que fortaleceram suas comunidades locais e globais. Essas histórias incentivam a compreensão dos fatos dessa história contemporânea e um foco na resposta cívica extraordinária.”