Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

11 de Setembro desencadeou ódio a muçulmanos – que segue nos dias de hoje

Os ataques alimentaram o racismo e aumentaram a vigilância do governo

Por Ernesto Neves 11 set 2021, 08h02

Passados 20 anos dos ataques terroristas do 11 de setembro de 2001, pode-se dizer que a vida dos muçulmanos que moram nos Estados Unidos nunca mais foi a mesma. O terror imposto pelo saudita Osama Bin Laden e sua organização, a Al Qaeda, desencadeou uma onda anti-islã sem precedentes – e que persiste ainda nos dias de hoje.

Após o 11 de setembro, os crimes de ódio contra seguidores do Islã dispararam nos Estados Unidos. Em 2000, as autoridades haviam contabilizado somente 28 incidentes em todo o país, número que chegou a 481 em 2001. Desde então, os crimes com motivação islamofóbica jamais baixaram. Em 2019, o FBI, a polícia federal americana, contabilizou 219 atos de violência. 

A tensão chegou também às urnas. Em 2016, os americanos elegeram Donald Trump, um republicano com clara plataforma anti-islã. Durante sua campanha eleitoral, Trump prometeu, inclusive, banir a entrada de qualquer seguidor da fé islâmica caso fosse eleito. Um gesto, é claro, impossível de ser colocado em prática.

“O ódio e a discriminação aumentaram significativamente”, afirma Sumayyah Waheed, consultor político que trabalha no Muslim Advocates, grupo de direitos civis com sede em Washington.  “A vida cotidiana dos muçulmanos americanos se tornou um assunto de debate. Sua fé foi racializada e todas as comunidades enfrentaram intenso escrutínio”, completa.

Continua após a publicidade

Desde o 11 de setembro, a população muçulmana nos Estados Unidos quase dobrou, chegando a 3,5 milhões em 2017, de acordo com o instituto de pesquisas Pew Research Center. Ainda segundo o levantamento, três quartos dos adultos muçulmanos do país são imigrantes ou filhos de imigrantes.

Além do crescimento numérico da comunidade, os últimos 20 anos também trouxeram avanços importantes de representatividade. Pela primeira vez, os americanos elegeram muçulmanos para o Congresso. Afro-americanos convertidos, Keith Ellison e André Carson foram os pioneiros, abrindo caminho em seguida para Rashida Tlaib, filha de imigrantes palestinos, e Ilhan Omar, refugiada da Somália.

Imagem 'Nós, o povo' com uma mulher em vestes muçulmanas: luta contra a islamofobia
Imagem ‘Nós, o povo’ com uma mulher em vestes muçulmanas: luta contra a islamofobia (Reprodução/Reprodução)
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.