Dezenas de milhares de pessoas participaram neste sábado, 14, de uma manifestação no centro de Roma organizada por um movimento popular conhecido como “sardinhas”, lançado há apenas um mês para protestar contra o líder de extrema direita Matteo Salvini.
Os organizadores do protesto estimaram que cerca de 100.000 pessoas compareceram ao ato, enquanto a polícia da capital italiana indicou que foram 35.000 participantes.
A mobilização das “sardinhas” começou na cidade de Bolonha em novembro, quando Mattia Santori, de 32 anos, e três amigos convidaram pessoas para protestar contra a Liga, o partido de Salvini, cuja popularidade está em alta antes de uma eleição na região norte de Emilia-Romanha.
Salvini espera liderar uma direita ressurgente à sua primeira vitória eleitoral na região rica em 26 de janeiro. Ele diz que, se a esquerda perder o poder por lá, também deve deixar o governo da coalizão em Roma e abrir caminho para uma votação nacional.
Estudantes, aposentados e famílias com crianças encheram a Piazza San Giovanni, em Roma, em uma tarde ensolarada, alguns segurando fotos de sardinha. A multidão cantou com grande entusiasmo a famosa canção de resistência “Bella Ciao” e o hino nacional, enquanto ouvia a leitura de partes da Constituição.
Os manifestantes apresentaram também suas exigências, especialmente que “os ministros comuniquem unicamente através dos meios institucionais”, uma clara alusão às frequentes transmissões ao vivo de Matteo Salvini no Facebook.
O movimento pede também que “a violência verbal seja considerada violência física “pelos legisladores”, acrescentou Santori. O ato atraiu todos os partidos, exceto, é claro, a extrema direita.
Desde que seu protesto inaugural em Bolonha reuniu cerca de 15.000 pessoas, a popularidade das “sardinhas” se espalhou. Eles realizaram atos maiores em várias cidades italianas, incluindo Turim e Milão, para protestar contra Salvini, cuja retórica anti-imigrante e que prega a Itália em primeiro lugar tem atingido muitos eleitores.
(Com AFP e Reuters)