Cairo, 2 jun (EFE).- O ex-presidente egípcio Hosni Mubarak já chegou à Academia de Polícia, sede do tribunal que o julga e que neste sábado deve emitir uma sentença por sua suposta implicação na morte de manifestantes durante a revolução que terminou com sua renúncia.
Assim como em algumas ocasiões anteriores, o ex-mandatário foi levado de helicóptero desde o Centro Médico Internacional do Cairo, onde está hospitalizado, à Academia de Polícia, também na capital, informou a televisão egípcia.
A emissora mostrou imagens da aterrissagem do helicóptero na Academia de Polícia, às 9h27 locais (4h27 de Brasília), e da ambulância que o transportou desde a aeronave à entrada da sala onde acontece o julgamento.
Também foi possível ver Mubarak, com óculos escuros, sendo tirado da ambulância em uma maca e levado para dentro da sede do tribunal.
O ex-mandatário, de 84 anos, é acusado, junto a seu ex-ministro do Interior Habib al Adli e seis de seus ajudantes, por sua suposta implicação no massacre de manifestantes.
Ele também responde por abuso de poder e enriquecimento ilícito com seus dois filhos, Gamal e Alaa, com os quais compartilha o banco dos réus.
A Promotoria pediu a pena de morte para o ex-chefe de Estado por supostamente ter ordenado a Adli que disparasse contra os manifestantes pacíficos durante a revolução.
Segundo pôde constatar a Agência Efe, centenas de policiais, apoiados por blindados do Exército, estão desdobrados na Academia de Polícia.
Dezenas de manifestantes partidários e detratores de Mubarak se concentraram no lugar, mas estão separados por cordões policiais.
Alguns dos simpatizantes do ex-presidente levam retratos de Mubarak, que foi chefe do Estado egípcio durante três décadas.
O chamado ‘julgamento do século’ no Egito começou em 3 de agosto de 2011, após a detenção de Mubarak e de seus filhos em abril desse mesmo ano na localidade litorânea de Sharm el-Sheikh. EFE