Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Morte de Kim Jong-il alimenta a esperança dos refugiados norte-coreanos

Por Por Nam You-Sun
20 dez 2011, 13h18

Os norte-coreanos que passaram clandestinamente para o Sul fugindo da opressão ou da fome expressaram nesta terça-feira sua alegria, um dia depois do anúncio da morte de Kim Jong-il, odiado pelos refugiados políticos que esperam voltar a seu país quando a ditadura acabar.

“Nunca me senti tão feliz!”, exclamou Lim Yong-sun, um ex-tenente do exército norte-coreano que desertou em 1993. “Meus amigos e eu estávamos tão eufóricos que comemos e bebemos durante toda a noite”, contou à AFP.

Seus rostos radiantes contrastavam com as cenas de dramática tristeza coletiva divulgadas no Norte pela televisão estatal depois da morte do ditador, que dirigia o país com mão de ferro desde 1994.

“Como não se alegrar quando o carrasco do século morreu? O mais divertido é que Kim, que queria me matar, morreu antes que eu”, ironizou Park Sang-hak, que preside a organização “Os combatentes por uma Coreia do Norte livre”.

Com outros dissidentes refugiados no Sul, prevê lançar na quarta-feira em direção ao Norte 200 mil panfletos em balões inflados com gás hélio.

Um verdadeiro prazer depois de ter escapado recentemente de uma tentativa de assassinato em Seul. Um ex-membro das forças especiais norte-coreanas, que havia marcado um encontro com ele fazendo-se passar por um desertor, foi detido recentemente em posse de uma agulha envenenada e de outras armas.

Continua após a publicidade

Centenas de pessoas fogem todos os anos da fome e da repressão que atingem a Coreia do Norte. Oficialmente, mais de 21.700 norte-coreanos fugiram em direção ao Sul desde o fim da guerra da Coreia (1950-1953), a metade dos quais nos últimos cinco anos.

Outras centenas ou milhares vivem na China, a mercê de traficantes de seres humanos e das autoridades chinesas, que os consideram como imigrantes econômicos e os devolvem ao Norte.

Kim Seung-chul, um ex-arquiteto que dirige uma rádio transmitida em direção ao seu país natal, afirma que, “segundo pessoas bem informadas, as coreanos não estão tão tristes como mostra a televisão e que tudo foi orquestrado”.

“Há uma possibilidade de mudança rápida na Coreia do Norte”, acrescentou.

O Comitê pela Democratização da Coreia do Norte publicou um comunicado saudando a morte do líder comunista, mas também lamentou que Kim Jong-il não tenha sofrido o destino de ditadores como o líbio Muamar Kadhafi, morto pelos rebeldes em circunstâncias ainda pouco claras.

Continua após a publicidade

“Pagará no inferno por todos os sofrimentos desumanos que infligiu ao povo”, afirma o comunicado. “O dia 17 de dezembro deveria ser o dia em que a democratização foi lançada no Norte e que os norte-coreanos recuperaram seus direitos”.

Alguns dissidentes esperam que o inexperiente Kim Jong-un, o filho de Kim Jong-il designado para sua sucessão, não consiga se segurar no poder, apesar do apoio da nomenklatura, das forças armadas e da poderosa propaganda do regime.

Jung Gyoung-il, presidente da “Rede democrática contra o gulag norte-coreano”, aposta também em um fracasso do que constitui a segunda sucessão hereditária desde Kim Il-sung, fundador do regime e avô de Kim Jong-un, falecido em 1994.

“Irá tomar o poder, mas não durará. No máximo três anos”, disse Kim Seung-chul, o ex-arquiteto.

Park Sang-Hak também opina que “a sucessão é instável” ou, pelo menos, assim o espera.

Continua após a publicidade

“Kim Jong-il desapareceu rápido. Pensava que viveria ainda três ou quatro anos, mas agora que já não existe, está as possibilidades são menores para Jong-un”.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.