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Morte de Cano, Lei de Vítimas e luta anticorrupção mudam rumo da Colômbia

Por Da Redação
12 dez 2011, 17h11

Esther Rebollo.

Bogotá, 12 dez (EFE).- A morte do chefe máximo das Farc, ‘Alfonso Cano’, a Lei de Vítimas e uma cruzada anticorrupção e contra a ilegalidade sem precedentes, que colocou na prisão vários colaboradores do ex-presidente Álvaro Uribe, mudaram em 2011 o rumo da Colômbia após quase 50 anos de conflito armado.

O presidente Juan Manuel Santos tinha iniciado seu mandato no ano anterior como discípulo de Uribe (2002-2010), de quem foi ministro da Defesa, por isso que tudo parecia indicar que o novo Governo ia ser a semelhança do anterior.

Mas a continuidade só veio da ala militar, que se traduziu ‘no golpe mais contundente nas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em sua história’, quando no dia 4 de novembro o Exército matou Guillermo León Sáenz, conhecido como ‘Alfonso Cano’, líder da guerrilha.

Assim reconheceu Santos naquele dia, ao reiterar que as portas do diálogo estavam abertas se as Farc abandonassem as armas e libertassem os sequestrados.

Após a nomeação de Rodrigo Londoño Echeverry, conhecido como ‘Timochenko’, como sucessor de ‘Cano’, os analistas concordaram em que apesar de se ter dado um golpe essencial nas Farc, um diálogo de paz não se vê possível a curto prazo porque para isso são precisos ‘gestos’ tanto do Governo como da guerrilha.

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Mesmo assim, a morte de ‘Alfonso Cano’ evidenciou que o Secretariado Maior das Farc foi gravemente atingido, já que nos últimos quatro anos morreram cinco de seus membros históricos, incluindo seu fundador ‘Manuel Marulanda’ ou ‘Tirofijo’, por causas naturais’, e seu sucessor, ‘Alfonso Cano’.

Esse golpe consolidou a popularidade de Santos acima de 80%, já transformado em paladino da reconciliação, após a assinatura, no dia 10 de junho, de uma histórica Lei de Vítimas e de Restituição de Terras.

Por essa Lei, o Governo promete indenizar quatro milhões de vítimas e restituir 2,2 milhões de hectares usurpados dos camponeses, tarefa difícil porque os grupos armados continuam operando nas áreas do despojo, mas de esperança porque as vítimas foram as protagonistas pela primeira vez na Colômbia.

E para se reafirmar nesse compromisso, Santos convidou para a assinatura da norma o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que destacou em Bogotá que a Lei é um ‘passo fundamental’ para a paz.

Apesar dessa legislação marcar diferenças com Uribe, Santos se desvencilhou definitivamente de seu antecessor ao aprovar uma cruzada anticorrupção e contra a ilegalidade que levou à prisão, entre outros, o ex-secretário da Presidência Bernardo Moreno e o ex-ministro da Agricultura Andrés Felipe Arias.

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Arias foi preso no dia 26 de julho por distribuir, quando era ministro, subsídios agrícolas entre fazendeiros, ajudas que deviam ter sido dirigidas a camponeses afetados pelos Tratados de Livre-Comércio que a Colômbia tinha assinado ou negociava com outros países.

Quatro dias depois, um juiz ditou prisão contra Moreno por sua participação em uma trama de espionagem contra magistrados, opositores, jornalistas e defensores dos direitos humanos, que levou vários ex-funcionários do Departamento Administrativo de Segurança (DAS) para a prisão.

Esse escândalo chegou até o Panamá, cujo Governo tinha concedido asilo à ex-diretora do DAS (central de inteligência) María del Pilar Hurtado, que continua nesse país centro-americano com uma ordem de detenção pelos mesmos delitos.

Em consequência, no dia 31 de outubro, Santos liquidou o DAS, de onde tinham sido realizados os acompanhamentos e as escutas ilegais, e que, segundo se demonstrou, teve vínculos criminosos com paramilitares. EFE

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