O presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, ouviu de seu homólogo boliviano, Evo Morales, que forças militares americanas na região não são bem-vindas, no primeiro dia da viagem por sete países latino-americanos para explicar o acordo sobre a instalação de bases dos Estados Unidos no território colombiano.
“Não aceitamos militares americanos na Bolívia e nosso pedido é que seja assim em toda a América Latina, porque sempre o Império (EUA) tem seus objetivos”, afirmou Morales.
Segundo o líder boliviano, “permitir qualquer base militar na América Latina será uma agressão não apenas aos governos, mas à democracia” na região.
Morales anunciou que a Bolívia pedirá na próxima Cúpula da Unasul, no dia 10, em Quito, uma resolução rejeitando as bases militares estrangeiras na região.
“Vamos levar uma proposta, oxalá seja aprovada pelos presidentes (da Unasul) para que não se aceite qualquer base militar, nenhum estrangeiro armado, uniformizado, na América do Sul e na América Latina”.
Em sua declaração, Uribe expressou “uma saudação repleta de afeto ao povo irmão boliviano”, ao final de 1 hora e 43 minutos com Morales.
Uribe iniciou sua viagem por Lima, com um encontro com Alan García, que durou cerca de uma hora e foi classificado pelo líder colombiano de “diálogo bem importante”.
“Quero agradecer sua atenção, seu tempo, sua permanente amizade, de muitos anos, com a Colômbia e com nossas instituições democráticas”, disse Uribe a García após a reunião no Palácio de Governo.
“Tivemos a oportunidade de manter um diálogo bem importante com o presidente García”.
Oficialmente, a viagem de Uribe tem o objetivo de “abordar temas sobre o terrorismo na Colômbia, seus riscos e os assuntos relativos à União das Nações Sul-Americanas (Unasul)”.
Uribe iniciou por Lima e La Paz uma viagem que o levará ainda a Chile, Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai. O presidente é acompanhado por seu ministro das Relações Exteriores, Jaime Bermúdez.
A viagem acontece depois que os presidentes do Brasil, Luiz Inacio Lula da Silva, e do Chile, Michelle Bachelet, pediram a Uribe maiores esclarecimentos a respeito do acordo que a Colômbia negocia com os Estados Unidos para que Washington use três bases militares colombianas para a luta contra o narcotráfico e o terrorismo.
Lula e Bachelet propuseram publicamente que Uribe explique o acordo ao Conselho de Defesa Sul-Americano durante a Cúpula das Nações Sul-Americanas (Unasul), em Quito, mas o líder colombiano rejeitou a sugestão.
O anúncio da negociação do acordo entre Colômbia e Estados Unidos revoltou os governos de Venezuela, Equador e Nicáragua, que receberam o apoio de La Paz na questão.