Roma, 15 nov (EFE).- O economista Mario Monti, encarregado de formar o novo governo da Itália, chegou a um acordo com os principais partidos políticos italianos para constituir o próximo Executivo do país com o apoio do Parlamento.
A informação foi divulgada nesta terça-feira pelo secretário da Confederação Italiana dos Sindicatos dos Trabalhadores (CISL), Raffaele Bonanni, depois de se reunir em Roma com Monti no último dos dois dias de consultas realizadas pelo novo condutor do governo italiano com partidos e agentes sociais.
‘Monti nos disse que conseguiu um acordo com os principais grupos políticos para ter uma consistente força parlamentar que o apoie e que, em seguida, apresentará a lista de ministros’, afirmou Bonanni em entrevista coletiva concedida após se reunir com Monti – ex-comissário de Concorrência da União Europeia (UE).
Já o presidente da Rede de Empresas da Itália, Ivan Malavasi, disse em outra entrevista de imprensa que Monti – também reitor da Universidade Bocconi – expressou suas ideias para o governo e afirmou que tem a lista de ministros quase toda preparada.
Tanto Malavasi como Bonanni se somaram ao apoio ao governo de Monti, manifestado também nesta terça-feira pela presidente da Confindustria (entidade patronal da indústria italiana), Emma Marcegaglia, que, em resposta a perguntas de jornalistas, negou que vá fazer parte do novo Executivo.
‘O professor Monti nos disse que deseja criar rapidamente um governo para tirar a Itália da emergência’, comentou Marcegaglia, que indicou que o objetivo do ex-comissário europeu é se concentrar no crescimento econômico e estabelecer as bases do desenvolvimento do país na próxima década.
Fontes parlamentares citadas pela imprensa italiana dizem que Monti poderia anunciar a lista de ministros já nesta noite ou, no mais tardar, nesta quarta-feira, o que poderia fazer com que a votação de posse do novo Executivo no Parlamento ocorresse na próxima quinta-feira.
Entre as hipóteses analisadas está a de o próprio Monti assumir também o Ministério da Economia com o apoio de quatro vice-ministros: Contas, Finanças, Tesouro e Participações Estatais.
Após se reunir nesta terça-feira com os dois últimos partidos políticos que ainda faltavam, o até agora opositor Partido Democrata (PD) e o Povo da Liberdade (PdL) – do primeiro-ministro demissionário, Silvio Berlusconi -, Monti manteve um encontro de aproximadamente 90 minutos com o presidente da Itália, Giorgio Napolitano.
A principal questão a ser resolvida no encontro com os partidos era a presença de políticos no governo, já que Monti simboliza o caráter tecnocrata do futuro Executivo. A principal aposta era, sobretudo, o PdL.
Tanto o PD, principal legenda da oposição de centro-esquerda, quanto o PdL se mostraram dispostos a apoiar a posse de Monti como premiê, que nesta segunda-feira indicou que tem intenção de esgotar a atual legislatura, até 2013, diferente do desejo do partido de Berlusconi de que sejam convocadas eleições antecipadas após a aprovação dos ajustes fiscais exigidos por Bruxelas.
Na reunião desta terça-feira em Roma, os sindicatos pediram a Monti um ‘autêntico e verdadeiro’ pacto social para definir as linhas de ação do Executivo até o final da legislatura. EFE