Missão da Liga Árabe visita reduto da oposição na Síria
Observadores se reuniram com governador de Homs, Ghasan Abdel Al
A missão da Liga Árabe enviada à Síria está a caminho de Homs, reduto da revolta contra o regime do ditador Bashar Assad. Segundo o líder da missão, o general sudanês Mohamed Ahmed Mustafah al-Dabi, o regime de Damasco está cooperando com os 50 observadores que estão no país.
Entenda o caso
- • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março para protestar contra o regime de Bashar Assad, no poder há 11 anos.
- • Desde então, os rebeldes sofrem violenta repressão pelas forças de segurança do ditador, que já mataram mais de 5.000 pessoas no país, de acordo com a ONU, que vai investigar denúncias de crimes contra a humanidade no país.
- • Tentando escapar dos confrontos, milhares de sírios cruzaram a fronteira e foram buscar refúgio na vizinha Turquia.
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A missão desembarcou na Síria na segunda-feira, e agora está reunida com o governador de Homs. “A delegação de observadores da Liga Árabe iniciou a reunião com o governador de Homs, Ghasan Abdel Al”, anunciou o canal Dunia, antes de informar que o grupo também pretende visitar Hama (norte) e Idleb (noroeste), mas sem revelar as datas das viagens.
Pouco antes, vários bairros de Homs foram bombardeados pelas forças de repressão e mais de 30 pessoas morreram, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH, ligado à oposição), que tem sede em Londres. De acordo com a oposição a Assad, o Exército sírio retirou tanques antes da chegada dos observadores. Onze veículos militares deixaram o local no início da manhã, segundo Rami Abdel Rahman, diretor do OSDH.
A missão enviada pela Liga Árabe é parte do roteiro traçado para conter a violência no país, que inclui ainda a libertação de presos, a saída do Exército das cidades e a livre circulação no país para os observadores e a imprensa.
Segundo a ONU, mais de 5.000 pessoas morreram na Síria desde o início da revolta contra o regime de Assad. O governo alega que a violência é responsabilidade de grupos armados rebeldes, e que os confrontos já mataram 2.000 soldados.
(Com agência France-Presse)