Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Ministros de extrema-direita abandonam governo da Áustria

Escândalo de corrupção derruba coalizão que sustenta governo austríaco e abala confiança em direita nacionalista para eleições europeias

Por Da Redação
Atualizado em 20 Maio 2019, 18h23 - Publicado em 20 Maio 2019, 18h01

Todos os ministros do Partido da Liberdade (FPÖ), de extrema-direita, renunciaram em massa ao governo da Áustria nesta segunda-feira, 20, depois que um escândalo de corrupção atingiu o líder da sigla e vice-primeiro-ministro, Heinz-Christian Strache.

O presidente do FPÖ foi filmado negociando contratos públicos com a sobrinha de um oligarca russo em troca de apoio político e financeiro. Renunciou no sábado 18, após a divulgação das imagens.

Após a demissão, o ministro dos Transportes, Norbert Hofer, assumiu a liderança da legenda. Nesta segunda, contudo, Hofer e todos os outros militantes do FPÖ que fazem parte do gabinete do primeiro-ministro, Sebastian Kurz, também renunciaram. O partido detinha cinco pastas: Interior, Relações Exteriores, Defesa, Transportes, Infraestruturas e Trabalho e Saúde.

No final de semana, Kurz  já havia anunciado o rompimento de sua coalizão com o partido de extrema-direita e sugerira ao presidente austríaco Alexander Van der Bellen uma eleição antecipada. O escândalo de corrupção pôs fim a uma aliança de direita vista como preocupante na Europa Central por analistas políticos. Extremista, o FPÖ fora fundado por oficiais da SS nazista. O episódio deverá impactar o eleitora austríaco nas eleições para o Parlamento Europeu, na próxima semana.

Kurz considerou a permanência de Kickl no governo incompatível com o desenvolvimento da investigação sobre o vídeo, filmado secretamente em uma mansão em Ibiza, Espanha, em 2017. Nas imagens, o ex-vice-primeiro-ministro aparece participando de uma reunião com uma mulher que se apresenta como sobrinha de um oligarca russo.

Continua após a publicidade

No vídeo publicado pela imprensa alemã na noite de sexta-feira 17, uma semana antes das eleições para o Parlamento Europeu, Kickl oferece o direcionamento de contratos para determinada companhia em troca de apoio político e financeiro.

“Foi burro, foi irresponsável e foi um erro”, disse Strache à imprensa, enquanto tentava conter as lágrimas ao pedir perdão a sua esposa e aos demais presentes. Ele sustentou, contudo, não ter feito nada ilegal e se disse vítima de um “assassinato político direcionado”.

Durante os 18 meses em que durou a coalizão no poder, o vice-premiê esteve no centro de muitas polêmicas. Quando assumiu o cargo, provocou um escândalo em nível nacional ao ordenar que se revistasse a sede dos Serviços de Segurança Interna (BVT), onde foram apreendidos inúmeros documentos confidenciais.

Lição a aprender

Nesta segunda-feira, Kurz pediu a todos os partidos da oposição, incluindo da extrema-direita, que “garantam a estabilidade” do país, abalado pelo colapso da coalizão.

A direita conservadora de Kurz e a direita nacionalista, de tendência eurofóbica, incorporada pelo FPÖ, mantêm linha dura em questões como a imigração.

Continua após a publicidade

A aliança entre os líderes dos dois partidos era usada como modelo por outras legendas extremistas em toda a União Europeia (UE). As formações nacionalistas multiplicaram seu sucesso eleitoral nos últimos anos no bloco, e esperavam se fortalecer no Parlamento Europeu, após as eleições que serão realizadas entre 23 e 26 de maio.

Mas, com a crise política provocada pelo “Ibizagate”, os líderes políticos europeus pediram que não se vote na extrema-direita nessas eleições, consideradas fundamentais para o futuro da Europa.

O chefe dos conservadores europeus, o alemão Manfred Weber, insistiu que se deve aprender “claramente a lição: não devemos dar a estes radicais a menor influência na nossa Europa”.

A chanceler alemã, Angela Merkel, pediu os eleitores resistirem aos “políticos que estão à venda”, em uma referência indireta ao escândalo austríaco.

(Com AFP)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.