O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, apresentou neste domingo sua “demissão em caráter irrevogável” à presidente Dilma Rousseff, em meio a escândalos causados por irregularidades em sua pasta, tornando-se o sexto ministro a deixar o governo em seis meses devido a denúncias de corrupção publicadas pela imprensa.
“Tendo em vista a perseguição política e pessoal da mídia que venho sofrendo há dois meses; levando em conta a divulgação do parecer da Comissão de Ética (…) decidi pedir demissão do cargo, em caráter irrevogável”, diz uma nota divulgada pelo ministério.
“Saio com a consciência tranquila do dever cumprido, da minha honestidade pessoal, e confiante, por acreditar que a verdade sempre vence”, concluiu o ex-ministro do PDT, que, desde 2007, ocupava o Ministério do Trabalho.
Na semana passada, a Comissão de Ética da Presidência recomendou a demissão de Lupi, depois que suas explicações frente ao escândalo não convenceram.
A Presidência aceitou a demissão do ministro, agradeceu por seu “empenho e dedicação”, e anunciou que ele será substituído interinamente pelo secretário executivo do ministério, Paulo Roberto dos Santos Pinto.
As denúncias começaram com um artigo publicado pela revista “Veja” no começo de novembro, que relacionava um assessor do ministério a supostos subornos a organizações que assinaram contratos com a pasta.
Lupi também é acusado de ter viajado, em 2009, num avião alugado por uma organização que obteve, posteriormente, contratos para realizar projetos ligados ao ministério.
Com a demissão de Lupi, a presidente Dilma Rousseff perdeu desde junho seis ministros por causa de denúncias de corrupção, desvio de dinheiro público e outras supostas irregularidades, como enriquecimento súbito: os das pastas Casa Civil, Transportes, Agricultura, Turismo, Esportes e Trabalho. Um sétimo ministro, o da Defesa, Nelson Jobim, foi obrigado a pedir demissão após criticar outros integrantes do gabinete.
Após ser acusado de corrupção pela imprensa, Lupi tentou sobreviver no cargo por várias semanas, e prestou declarações polêmicas, chegando, inclusive, a pedir desculpas à presidente Dilma Rousseff.