Moscou, 12 jun (EFE).- Milhares de opositores marcham nesta terça-feira pelo centro de Moscou em um protesto contra o Governo, apesar da chuva e da nova lei que endurece as sanções e as multas aos que descumprirem as normas para a realização de comícios.
O comitê organizador da segunda ‘Passeata dos Milhões’, como é chamado o protesto que junta os descontentes com o regime do presidente russo, Vladimir Putin, calculou o número de participantes do ato em milhares de pessoas.
‘Já há entre 10 mil e 20 mil pessoas. O povo está se concentrando’, assinalou à agência ‘Interfax’ um dos porta-vozes do movimento opositor Solidariedade, Sergei Davidis.
Na liderança da passeata, que teve início por volta das 12h locais (5h de Brasília), está o líder opositor Sergei Udaltsov, que nesta terça-feira deveria prestar depoimento no Comitê de Instrução (CI) em uma investigação penal acerca da violenta manifestação de 6 de maio.
O advogado defensor do coordenador do movimento opositor ‘Frente de Esquerda’, Nikolai Polozov, assegurou à agência ‘Interfax’ que a Polícia não deterá seu cliente, ainda que as autoridades exijam sua presença no CI.
‘Ele é o organizador deste ato e como tal deve garantir a segurança, pelo que sua presença neste grande evento é, em minha opinião, uma justificativa (para não comparecer ao CI)’, indicou Polozov.
A manifestação, que agrupa tanto simpatizantes de esquerda como de direita, unidos todos por sua rejeição a Putin e ao partido governista Rússia Unida, se dividiu em duas colunas segundo suas preferências políticas.
Udaltsov lidera a coluna da esquerda, que avança sob o slogan ‘Paz às cabanas, guerra aos palácios’ e reúne ativistas da ‘Frente de Esquerda’ e representantes estudantis.
Na coluna da direita, liderada pelo grupo ‘Solidariedade’, estão também o ‘Movimento Civil Unido’, a ‘Defesa Ecológica’ e os ultranacionalistas, que levam bandeiras imperiais russas e seus próprios cartazes.
Ilya Yashin, Kseniya Sobchak e Alexei Navalni, também destacados líderes da oposição não parlamentar, não estão entre os manifestantes, já que foram ao CI dar seus depoimentos.
O comício deve chegar ao fim às 18h locais, enquanto o número de pessoas que podem participar do ato opositor não deve superar 50 mil, sob pena de multa, em virtude da nova lei. EFE