Roma, 12 nov (EFE).- Milhares de italianos se concentraram nesta noite de sábado em frente as sedes do Parlamento e da Presidência do Governo, ambas em Roma, para comemorar a renúncia oficial do primeiro-ministro, Silvio Berlusconi.
Gritos de ‘Liberdade, liberdade’ e ‘Viva Itália’ eram ouvidos na Praça Quirinale, sede da Presidência da República, depois que Berlusconi renunciou ao presidente Giorgio Napolitano. Após 17 anos de governo, o ex-primeiro-ministro deixou seu cargo às 18h45 (horário de Brasília).
A multidão de italianos, que tinha se deslocado para pedir a renúncia de Berlusconi, ficou para acompanhar de perto esse momento histórico e cumprimentar o Chefe do Estado, Giorgio Napolitano, por seu trabalho na transição política da Itália.
‘Parece que a Itália ganhou uma Copa’, declarou Antonello à Agência Efe, em referência ao ambiente de celebração que pairava sobre o Palácio Grazioli, a residência romana de Berlusconi. No local, era possível ver inúmeros pedestres e motoristas festejando o acontecimento com bandeiras da Itália e ao som de incansáveis buzinas.
Annalisa Carrese, seguindo a mesma linha, declarou que este é ‘um momento histórico’ e que os italianos ‘devem festejar em grande estilo’.
As manifestações de alegria se misturaram também com insultos ao agora ex-primeiro-ministro, que foi chamado de ‘ladrão’ e ‘palhaço’, além dos gritos de ‘prisão, prisão’.
Logo após a confirmação da saída de Berlusconi, as ruas da capital italiana foram tomadas pela população. Formando trenzinhos e dançando conga, os italianos aplaudiam e comemoravam a oficialização da esperada renúncia de Berlusconi.
A festa se estendeu por outros lugares da capital italiana, como a Via dei Giubbonari, onde se encontra uma das sedes históricas do Partido Democrata (PD). As pessoas ligadas ao partido se reuniram no local para legitimar um adeus a Berlusconi.
O líder da legenda progressista, Pier Luigi Bersani, descreveu o acontecimento deste sábado como ‘uma jornada de libertação para a Itália’ e assinalou que ‘agora será aberta uma fase de lutas’.
Já o líder da Itália dos Valores (IDV), Antonio Di Pietro, definiu o fato como ‘um dia de libertação’ e assegurou que, a partir de amanhã, ‘começará a reconstrução’ do país.
Todas essas manifestações de alegria foram somadas às manifestações mostradas nas horas prévias de sua renúncia, quando uma orquestra improvisada entoava a ‘Bela Ciao’ e o ‘Aleluia’, de Händel. EFE