Cairo, 22 nov (EFE).- Milhares de egípcios ocupam neste momento a emblemática Praça Tahrir, no Cairo, para exigir que a Junta Militar que governa o país desde a queda de Hosni Mubarak entregue o poder a uma autoridade civil.
O número de pessoas que chega à praça desde o início da manhã desta terça feira é enorme. Enfrentamentos ocorrem na via que liga a praça ao Ministério do Interior, a Rua Mohammed Mahmoud.
O clima no lugar é de união e otimismo. Os manifestantes entoam palavras de ordem que pedem a queda da Junta Militar e a transferência de poder.
Além da rejeição aos militares, também é evidente a antipatia da população em relação aos partidos políticos.
‘Hoje é um dia importante, pois assim como durante a revolução, não há partidos, só se ouve a voz do povo’, disse o estudante universitário Khaled Awad.
O som dos cânticos revolucionários, no entanto, confunde-se na Praça Tahrir com as sirenes das ambulâncias e motos que transportam feridos aos hospitais de campanha instalados no local.
Dezenas de médicos voluntários e membros de grupos humanitários trabalham nestes hospitais, que nesta terça-feira já atenderam centenas de feridos, a maioria com sintomas de asfixia e feridas provocadas por balas de baixo calibre.
O médico Mohammed Kamel explicou à Efe que os gases utilizados pela polícia ‘são mais fortes que os lacrimogêneos’. Já um integrante das forças de segurança disse a uma agência local que 138 policiais ficaram feridos, sendo 14 baleados.
Além disso, disse que 17 pessoas, entre 16 e 20 anos, foram detidos nos arredores do Ministério do Interior por atacarem a polícia.
Os enfrentamentos continuam no local e o clima na praça se parece ao da revolução que explodiu em 25 de janeiro. Cenário semelhante vivem outras cidades do Egito, como Ismailia, Port Said, Suez, Luxor e outras localidades da Península do Sinai. EFE