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Milhares de argentinos protestam contra políticas de Cristina

'Panelaços' foram os maiores já enfrentados pelo governo, criticado pelas restrições à compra de dólares e rumores de um projeto de uma nova reeleição

Por Da Redação
14 set 2012, 01h12
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  • Milhares de argentinos saíram às ruas na noite desta quinta-feira nas principais cidades do país para protestar contra o governo de Cristina Kirchner, nos maiores “panelaços” enfrentados até hoje pela presidente, fortemente criticada pela política de restrições à compra de dólares e rumores de um projeto do governo para dar uma nova reeleição à mandatária. Segundo o jornal Clarín, foram também os maiores protestos populares desde 2003.

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    Vídeo: As vítimas da política econômica de Cristina Kirchner

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    Convocados através de redes sociais e sem exibir símbolos de partidos políticos, os manifestantes se queixaram ainda da falta de liberdade econômica e da crescente insegurança urbana – nos últimos meses, aumentaram os assaltos à mão armada em Buenos Aires e na periferia da capital.

    As televisões locais mostraram milhares de pessoas concentradas em cidades como Rosário, Córdoba, Mendoza, La Plata e Bariloche, além da capital Buenos Aires, onde a Praça de Maio, ponto emblemático de protestos situado em frente à Casa Rosada – a sede do governo – foi praticamente coberta pela multidão, que o jornal La Nación calculou em 200.000 pessoas. “Não à re-reeleição”, “Pela liberdade e defesa de nossa Constituição”, “Pela defesa das intituições” e “Não à Diktadura”, indicavam cartazes exibidos pelos manifestantes.

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    Dólar – Os limites à compra de dólares, implantados pelo governo de Cristina com o objetivo de segurar a moeda no país, também foram um dos alvos preferidos dos participantes dos “panelaços”. “É um atropelo contra a propriedade privada, eu posso fazer o que quero com meu dinheiro”, exigiu o manifestante Mario Blanco em Buenos Aires.

    Aprovada em maio, a medida cambial deu início a um processo crescente de controle do governo kirchnerista sobre a vida dos cidadãos. Os argentinos não podem mais comprar dólares, por exemplo, para fazer poupança, um costume no país. A aquisição da moeda só é permitida para fazer viagens ao exterior. Mesmo assim, é preciso enviar um pedido à Administração Federal de Ingressos Públicos (Afip), a receita federal, no qual é necessário explicar detalhadamente datas e motivos da viagem, os lugares de escala e hospedagem.

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    Crescente insegurança urbana incomoda argentinos
    Crescente insegurança urbana incomoda argentinos (VEJA)
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    Em julho, uma resolução da Afip passou a exigir das empresas de serviços públicos que identifiquem mensalmente os clientes que gastam mais de mil pesos (cerca de 215 dólares) em telefonia, energia elétrica, gás e água. A política econômica de Cristina também proibiu os argentinos de comprar dólares para aplicar nos Estados Unidos, tradição de mais de quatro décadas. Também proibiu operações imobiliárias na moeda americana (100% das compras eram realizadas em dólares).

    Re-reeleição – A iniciativa de uma nova reeleição foi impulsionada pelo movimento de intelectuais kirchneristas Carta Aberta. Oficialmente, a presidente não disse nada a respeito e seus ministros e líderes parlamentares governistas também não se pronunciaram contra ou a favor, mas a revelação de que setores da base do governo se movimentam nesse sentido foi recebida com revolta por parte da população.

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    Cristina Kirchner assumiu o governo argentino pela primeira vez em 2007 e foi reeleita em outubro do ano passado com 54% dos votos, graças ao apoio de vastos setores da classe pobre, embora também tenha recebido muitos votos em centros urbanos em que predomina a classe média. A Constituição do país, reformada em 1994, impede um terceiro mandato. Para reformar novamente a Carta Magna, o governo precisaria de maioria de dois terços dos deputados e senadores – apoio que Cristina atualmente não possui no Congresso. Em outubro de 2013, a dois anos do fim do governo da atual mandatária, serão realizadas eleições de renovação da metade da Câmara e de um terço do Senado.

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