Autoridades carcerárias e de inteligência do México tiveram indícios da fuga de Joaquín “El Chapo” Guzmán do presídio de segurança máxima, publicou neste domingo (2) a revista Proceso.
De acordo com a reportagem, foi possível ouvir “golpes de metal contra o concreto” durante pelo menos uma hora antes ao desaparecimento.
Guzmán, de 58 anos e considerado o maior traficante de drogas do mundo, fugiu na noite de 11 de julho do presídio de segurança máxima do Altiplano, a aproximadamente 90km da capital mexicana, por um túnel de 1,5km.
A Procuradoria e as autoridades do ministério do Interior afirmam que policiais carcerários não ouviram barulhos que indicassem alguma anormalidade. Mas, de acordo com a revista, a análise do áudio da câmera de segurança e os testemunhos de presos das celas próximas indicam que podia ser ouvido o barulho dos “golpes” até 30 segundos antes da fuga do traficante.
Esses elementos, acrescenta o texto, resultaram na detenção de sete funcionários públicos, mas até agora apenas três – o encarregado do centro de monitoramento do Altiplano que vigiava Guzmán e dois policiais – foram formalmente acusados por um juiz.
O processo também indica que o órgão de inteligência Centro Nacional de Investigação e Segurança Nacional teve informação de que gente de El Chapo estava conseguindo as plantas do presídio e que agentes do Centro reportaram “atividades atípicas do narcotraficante”. Apesar disso, nenhuma medida foi tomada.
A revista conclui que uma “evidente rede de omissões ou um plano de cumplicidades” permitiu a fuga de Guzmán, detido em fevereiro de 2014 depois de em janeiro de 2001 ter escapado de outro presídio de segurança máxima no estado de Jalisco.
Com AFP