Berlim, 5 mar (EFE).- A chanceler alemã, Angela Merkel, não tem previsão em sua agenda para receber o candidato socialista à presidência francesa, François Hollande, embora tenha negado a formação de um bloco de líderes conservadores contra o principal rival do presidente francês, Nicolas Sarkozy.
‘Por enquanto, não há nenhuma data na agenda da chanceler para esse encontro’, indicou o porta-voz do governo, Steffen Seibert, que acrescentou que independentemente de quem seja o vencedor das presidenciais, a ‘Alemanha trabalhará bem e em total confiança’ com ele.
O porta-voz desmentiu a revista ‘Der Spiegel’, que indicou que há uma aliança entre os líderes europeus para não se reunirem com o candidato socialista, que seria formada pelo espanhol Mariano Rajoy, o britânico David Cameron e o italiano Mario Monti, além de Merkel.
Segundo a revista, a iniciativa está ligada ao anúncio de Hollande de que, se for eleito, reabrirá a negociação do pacto de disciplina fiscal da União Europeia (UE), questão que contraria os líderes, inclusive Cameron, apesar de o Reino Unido não ter assinado o acordo.
O candidato socialista é o principal rival de Sarkozy e as pesquisas o indicam como vencedor das eleições, cujo primeiro turno será em abril.
Seibert lembrou que é uma ‘prática habitual’ entre partidos irmãos – como a União Democrata-Cristã (CDU) de Merkel e a União por um Movimento Popular (UMP) de Sarkozy – se apoiarem mutuamente, em referência à intenção da chanceler de participar da campanha do atual presidente francês.
O porta-voz apontou também que Hollande discursou no último congresso do Partido Social-Democrata (SPD) alemão e se mostrou confiante em uma mudança de governo na Alemanha.
Seibert se equivou das perguntas sobre como Merkel apoiará Sarkozy na campanha eleitoral, com o argumento de que, se ela o fizer, será na qualidade de presidente da CDU e que, portanto, não compete a ele fazer anúncios.
‘Ninguém deveria estranhar, no entanto, que a presidente da CDU tome partido na campanha eleitoral por Nicolas Sarkozy’, acrescentou, em relação às críticas do Partido Liberal, membro da coalizão de Merkel, a esse tipo de apoio.
Recentemente, o ministro das Relações Exteriores do país, Guido Westerwelle, considerou como ‘pouco conveniente’ a participação de um partido alemão na campanha eleitoral francesa. EFE