Mendoza (Argentina), 29 jun (EFE).- O Mercosul anunciou nesta sexta-feira que incorporará a Venezuela como membro pleno em julho, sem o aval do Congresso do Paraguai, país que foi suspenso do bloco até as eleições de abril de 2013 pela destituição de Fernando Lugo.
A decisão foi adotada pelos presidentes de Argentina, Brasil e Uruguai na cúpula semestral do Mercosul realizada na cidade argentina de Mendoza, sem a presença de representantes do Paraguai, o quarto entre os membros fundadores e plenos do grupo.
A presidente argentina, Cristina Kirchner, anunciou que a incorporação da Venezuela será concretizada em reunião especial no dia 31 de julho, no Rio de Janeiro, e explicou que a decisão de agregar a Venezuela como membro pleno fortalece o bloco regional frente à crise global.
O processo de entrada da Venezuela no Mercosul foi iniciado em 2006, mas seu andamento era dificultado pela recusa do Congresso paraguaio em ratificá-lo. Portanto, a incorporação será possível pela suspensão temporária do Paraguai até a realização de novas eleições, previstas para o próximo ano.
‘Resolvemos suspender o Paraguai temporariamente até que seja realizado um novo processo democrático, com eleições livres para eleger um novo presidente’, disse Cristina.
Os chefes de Estado da Argentina, Uruguai e Brasil decidiram, além disso, não aplicar sanções econômicas ao Paraguai, e ressaltaram que a suspensão não diminui o compromisso com o desenvolvimento do país.
‘De acordo com o estabelecido no protocolo, a plena vigência democrática é condição essencial para o processo de integração. O espírito do protocolo é o restabelecimento da institucionalidade, sem que isso menospreze o funcionamento do bloco’, indicou a resolução sobre o Paraguai aprovada na Cúpula.
A Venezuela, país historicamente mais ligado à região do Caribe do que ao Cone Sul, solicitou em dezembro de 2005 sua incorporação como membro pleno do Mercosul.
Graças à sintonia política entre os Governos da região, a negociação aconteceu em tempo recorde: o texto do protocolo de adesão ficou pronto no final de maio de 2006, e foi assinado pelos presidentes em julho do mesmo ano.
No entanto, sua entrada em vigência ficou paralisada com a recusa do Parlamento paraguaio de ratificá-lo. EFE