Moscou, 13 dez (EFE).- Apesar das inúmeras denúncias de fraude e do questionamento do resultado das eleições parlamentares, o presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, decretou nesta terça-feira que a Duma, a Câmara baixa do Parlamento russo, realizará sua primeira sessão já no próximo 21 de dezembro.
Líder do partido governista Rússia Unida (RU), Medvedev anunciou essa decisão logo após a realização de uma reunião com os líderes das quatro legendas partidárias que vão formar a Câmara dos Deputados russa.
No último domingo, através de uma mensagem no Facebook, o líder russo também assegurou que tinha dado ordem de investigar todos os casos relativos ao descumprimento da legislação eleitoral.
Porém, na mesma mensagem, o presidente russo também manifestou seu descontentamento com ‘as palavras de ordem’ e ‘as declarações’ que foram pronunciadas no grande comício de protesto, que foi realizado no último domingo em Moscou.
Vice-presidente da legislatura anterior, o comunista Ivan Melnikov assegurou que abordaria todas as denuncias de irregularidades no pleito e a configuração da Câmara dos Deputados na nova legislatura de cinco anos no encontro com Medvedev.
Já o líder social-democrata, Sergei Mironov, adiantou que seu partido, Rússia Justa (RJ), ‘está em seu direito ao exigir uma investigação parlamentar para apurar todas as denúncias que foram expostas’.
Mikhail Gorbachev, o último dirigente soviético, também afirmou nesta terça-feira que as autoridades russas deveriam renunciar, já que estão envolvidos em inúmeras denúncias de fraude.’O melhor passo por parte das autoridades seria a renúncia’, assegurou Gorbachev em declarações à rádio ‘Eco de Moscou’.
Gorbachev criticou a reação das autoridades em relação às reivindicações de novos pleitos, além da anulação dos resultados falsificados, da libertação dos presos políticos e da investigação de todas as irregularidades, medidas que foram apresentadas pela oposição durante o grande protesto em Moscou.
‘Vejo como reagiram (as autoridades). Eles querem desacelerar o processo e dilatá-lo. Agora há eleições, depois festas natalinas, vamos tentar (pensam), talvez não ocorra nada’, apontou o Gorbachev.
‘Não podemos permitir que não ocorra nada. Digo diante de todos: devemos anular essas eleições’, completou. EFE