A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, afirmou nessa segunda-feira que a decisão de se juntar aos Estados Unidos e à França nos ataques aéreos contra a Síria foi “legal e moralmente correta”.
Em audiência no Parlamento, a premiê teve suas ações questionadas por alguns legisladores, mas garantiu que há “evidências claras” de que o regime de Bashar Assad é responsável pelo ataque químico na cidade de Duma.
O Reino Unido “explorou cada canal diplomático” para tentar resolver seus conflitos com a Síria, mas decidiu que não havia nenhuma alternativa, a não ser uma ação militar.
May foi questionada pelo líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn. Ele afirmou que a decisão da premiê foi “legalmente questionável” e pediu a publicação dos documentos relacionados ao ataque aéreo, já que o governo deve responder ao Parlamento e “não aos caprichos do presidente dos EUA”.
Corbyn também argumentou que outros grupos na Síria já realizaram ataques químicos similares ao de 7 de abril e, portanto, o governo britânico deveria ter esperado o fim das investigações para culpar o regime de Assad.
Primeiros-ministros do Reino Unido não precisam legalmente consultar o Parlamento antes de uma ação militar, embora o tenham feito desde a invasão do Iraque em 2003.
Reino Unido, Estados Unidos e França bombardearam locais próximos a Damasco e Homs na última sexta-feira, em reposta ao suposto ataque químico em Duma no dia 7 de abril, no qual pelo menos quarenta pessoas morreram, segundo organizações civis que atuam na região.
Nesta segunda, May insistiu que o ataque preservava interesses nacionais britânicos. Também afirmou não ter realizado a ofensiva “porque o presidente (Donald) Trump pediu, mas porque era a coisa certa a se fazer”. Para ela, o uso de armas químicas não pode ser “normalizado” e o ataque de 7 de abril foi uma “mancha na humanidade”.