Marroquinas processadas por terem usado vestidos “justos demais” são absolvidas
As mulheres foram presas há um mês e processadas por "ofender as morais públicas"
As duas mulheres processadas por atentado ao pudor no Marrocos há um mês foram absolvidas nesta segunda-feira, informou a rede britânica BBC.
No dia 16 de junho, duas cabeleireiras de 23 e 29 anos foram perseguidas e assediadas por um grupo de comerciantes quando caminhavam em um souq, tradicional mercado do Oriente Médio, na cidade de Agadir. Por questões de segurança, elas foram levadas a uma delegacia, mas acabaram processadas por “ofender a moral pública” ao sair em público com roupas “justas demais”, de acordo com o relatório policial.
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O caso mobilizou o país, dividido entre a maioria conservadora e grupos que protestavam a favor das presas, defendendo que a prisão viola os direitos e a liberdade das mulheres. Centenas de advogados se ofereceram para defender as cabeleireiras e uma petição na internet recebeu milhares de assinaturas.
Fouzia Assouli, ativista que defende os direitos das mulheres, disse à agência de notícias AFP que o resultado comprova que “usar saia não é crime”.
Um dos advogados das moças disse a um site de notícias do Marrocos que o próximo passo é processar os homens que assediaram a dupla no mercado.
(Da redação)