Nações Unidas, 27 jan (EFE).- O Marrocos apresentou nesta sexta-feira no Conselho de Segurança da ONU um projeto de resolução sobre a Síria, redigido por vários países árabes e europeus e com ajuda dos Estados Unidos, em respaldo ao plano de transição lançado pela Liga Árabe, pedindo a renúncia do presidente Bashar al-Assad.
O embaixador marroquino na ONU, Mohammed Loulichki, foi o encarregado de apresentar o projeto, como representante do grupo de países da Liga Árabe no Conselho. O texto aborda a aplicação de sanções, entre as quais está o embargo de armas, indicaram à Agência Efe fontes diplomáticas.
‘A resolução tem o respaldo da grande maioria dos países árabes, dos membros da União Europeia no Conselho, dos Estados Unidos e de outros membros’, explicou à Efe o embaixador adjunto da Alemanha na ONU, Miguel Berger, que ressaltou que o projeto representa ‘um pleno apoio ao plano de transição da Liga Árabe’.
Em março do ano passado, eclodiram protestos em várias cidades da Síria para exigir reformas democráticas no país que desde então vêm sendo duramente reprimidos pelas forças de segurança.
A mediação feita pela Liga Árabe não conseguiu impor o fim da violência no país, onde desde o início da revolta morreram mais de 5 mil pessoas, segundo a ONU.
Berger explicou nesta sexta-feira, pouco antes do início de uma reunião a portas fechadas no Conselho de Segurança, que o projeto inclui o respaldo à missão de observadores e às decisões políticas tomadas pela Liga Árabe. Ele afirmou que árabes e ocidentais esperam agora com expectativa ‘a reação da Rússia’.
Moscou anunciou nesta quinta-feira que rejeitará no Conselho de Segurança qualquer projeto de resolução sobre a Síria que inclua a adoção de sanções internacionais contra o regime de Assad, e disse que nunca dará apoio a um projeto que tenha sido elaborado às custas de outros membros com poder de veto no órgão.
Fontes diplomáticas ressaltaram à Efe que o projeto de resolução apresentado nesta sexta inclui a aplicação das sanções que a Liga Árabe já adotou, entre as quais estaria o embargo de armas a Damasco, assuntos que serão, segundo elas, ‘o ponto mais complexo das negociações com a Rússia’.
O embaixador francês na ONU, Gérard Araud, assinalou à imprensa que sua delegação espera que o projeto de resolução seja submetido a votação na próxima semana, quando irão ao Conselho o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil el-Araby, e o primeiro-ministro do Catar, Hamad bin Jassim al-Thani. EFE