A líder ultradireitista francesa Marine Le Pen propôs o fim do direito de filhos de imigrantes ilegais morando na França frequentarem as escolas públicas do país. Em um discurso em Paris, a candidata presidencial da Frente Nacional nas eleições de 2017 afirmou que está na hora de “acabar o recreio”.
“Não tenho nada contra estrangeiros, mas digo a eles: se vierem para nosso país, não esperem que sejam cuidados, que seus filhos sejam educados gratuitamente”, disse em uma conferência organizada pelo Instituto de Pesquisa BVA. “Acabou o recreio”, completou a candidata populista.
Marine afirmou que o país não tem mais meios para financiar a escolaridade gratuita para todos e defendeu a ideia de que a rede pública de ensino seja reservada “aos mais pobres, mais modestos e humildes”, em vez de ajudar “os filhos de clandestinos”.
Para os alunos estrangeiros de famílias com residência legal no país, ela faz uma distinção. Os pais que pagam impostos, mesmo sendo estrangeiros, continuariam a ter acesso à escola pública gratuita. Aqueles que forem estrangeiros e não alimentarem o caixa do Estado terão de pagar uma “contribuição” para o filho frequentar a rede pública.
Questionada sobre outros temas sociais, Marine afirmou que “a população imigrante não trabalha” e criticou o sistema de aposentadoria francês que, segunda ela, paga os idosos “com o único critério de ter 65 anos”, mesmo que eles nunca tenham trabalhado.
O programa de solidariedade para idosos, um auxílio mensal, é previsto aos estrangeiros regulares que tenham um título de residência de no mínimo dez anos e autorização de trabalho. A lei exclui dessa obrigação apátridas, refugiados, pessoas que tenham combatido em guerras ao lado do Exército francês e membros da União Europeia e Suíça.
As últimas pesquisas de opinião sugerem que Le Pen deve ter como importante adversário o candidato de centro-direita François Fillon, que foi indicado nas primárias do partido Os Republicanos no fim de novembro. Os socialistas realizarão suas primárias no próximo mês, o que deve definir melhor o cenário das eleições.