O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, falou nesta terça-feira, pela primeira vez, sobre a possibilidade de não voltar ao poder como presidente e de planos posteriores às eleições do dia 29 de novembro.
Falando ao Canal 11 da TV local, ele ainda disse que os responsáveis pelo golpe que o tirou do poder devem ser entregues à Justiça internacional pelo novo governo, que deve ser formado após o pleito. “Essa será a condição estabelecida depois das eleições, se não me restituírem antes”, declarou.
“Se chegarmos às eleições sem um acordo, o que acontecerá é que a crise vai se aprofundar, será um governo fraco, espúrio, a comunidade internacional vai manter o isolamento, a menos que decidam entregar os golpistas aos tribunais de Justiça internacional”.
Diálogo – Zelaya estimou que as hipóteses discutidas na mesa de negociações podem tornar “factível que a paz e a tranquilidade retornem a Honduras”. As discussões foram retomadas nesta terça-feira em um hotel da capital Tegucigalpa, sob a supervisão da Organização dos Estados Americanos (OEA).
Os participantes do diálogo abordaram o ponto nevrálgico do impasse – a restituição de Zelaya – em meio às propostas apresentadas pelo mediador do conflito, o presidente da Costa Rica e Prêmio Nobel da Paz Oscar Arias. “O ponto de discussão é a minha restituição e a comunidade internacional está firme nisso”, enfatizou o presidente deposto.
Mais cedo, Zelaya anunciou a substituição de um de seus três negociadores no diálogo com o governo interino, no momento em que começa uma rodada decisiva de conversações que buscam uma saída para a crise aberta pelo golpe de Estado de 28 de junho.
(Com agência France-Presse)