Manifestantes pedem a queda do primeiro-ministro libanês
Protestos convocados por causa da crise na coleta de lixo em Beirute evoluem e passam a pedir a troca do governo
Pela segunda noite seguida, milhares de manifestantes tomaram as ruas de Beirute, no Líbano, para protestar contra o governo. Os atos foram motivados pela crise na coleta de lixo doméstico. Há pelo menos um mês, o serviço está em colapso e a população tem sido obrigada a queimar ou a despejar os rejeitos em rios ou em terrenos baldios. Entidades locais apontam para o risco de uma crise sanitária
Os protestos de sábado foram duramente reprimidos pela polícia, que usou bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersar a multidão. Segundo a Cruz Vermelha, pelo menos 55 feridos deram entrada nos hospitais locais e outras 70 foram atendidas por paramédicos, ainda nas ruas da capital libanesa. A reação, considerada exagera pela população, agravou a crise e levou os manifestantes a pedir a queda do primeiro-ministro Tammam Salam. Nas manifestações deste domingo, os libaneses queimaram barricadas e depredaram carros e lojas no centro de Beirute.
Em coletiva de impressa. Salam prometeu investigar os abusos e disse que o seu governo garantirá o cumprimento do direito constitucional aos protestos. As agências internacionais noticiam que o dirigente ameaça renunciar, caso o seu gabinete não encontre uma solução para a crise do lixo e o fim dos protestos.
(Da redação)