Dacar, 3 fev (EFE).- A manifestação pacífica convocada para esta sexta-feira numa mesquita de Dacar, capital do Senegal, onde ocorre uma tradicional oração neste dia da semana, transcorreu sem incidentes e os milhares de manifestantes que foram ao local saíram do templo religioso tranquilamente.
A cerimônia foi uma homenagem às vítimas dos atos de violência que estão ocorrendo no país. Responsáveil pelo ato, o opositor Movimento 23 de junho (M23) afirmou que continuará lutando para que o atual presidente do Senegal, Abdulaye Wade, retire sua candidatura para as eleições de 26 de fevereiro.
Wade pretende conquistar um terceiro mandato, o que a oposição considera ilegal, pois a Constituição de 2001 prevê no máximo dois exercícios para o presidente da República.
No entanto, Wade alega que foi eleito pela primeira vez em 2000, antes da entrada em vigor da nova Carta Magna, e por isso defende que a lei não pode ser aplicada pois não teria efeito retroativo.
Um grande número de policiais foi deslocado para os arredores da mesquita, situada a poucos metros do Palácio Presidencial.
Após a oração, realizada pelo imã Rawane Mbaye, a multidão se dispersou tranquilamente.
‘O M23 anunciará em breve novos atos de resistência ao golpe de estado constitucional de Wade’, disse Landing Savané, líder do Partido Africano para a Democracia e o Socialismo (AJ-PADS).
Na semana passada, o Conselho Constitucional senegalês aceitou a controvertida candidatura de Wade, enquanto rejeitou, entre outras, a do famoso músico Youssou N’Dour.
Nos últimos dias, os distúrbios pré-eleitorais do Senegal causaram pelo menos cinco mortos e um número indeterminado de feridos. EFE