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Mali: islâmicos se dividem e líder de facção propõe negociar

Ex-membro de grupo radical ligado à Al Qaeda defende cessar-fogo e diálogo

Por Da Redação
24 jan 2013, 11h06

Uma facção de um dos grupos armados islâmicos que ocupam o norte do Mali rompeu com seus aliados da Al Qaeda e disse estar disposta a negociar com o governo. Alghabass Ag Intallah, membro graduado do grupo tuaregue Ansar al Din, anunciou que criou uma nova organização, o Movimento Islâmico de Azawad (MIA), e está preparado para buscar uma solução negociada para o conflito malinense.

Entenda o caso

  1. • No início de 2012, militantes treinados na Líbia impulsionam uma grande revolta dos tuaregues no norte do Mali. Em março, o governo sofre um golpe de estado.
  2. • Grupos salafistas, com apoio da Al Qaeda, aproveitam o vácuo de poder para tomar o norte do país – onde impõem um sistema baseado nas leis islâmicas da ‘sharia’.
  3. • Em janeiro de 2013, rebeldes armados, com ideais bastante heterogêneos, iniciam uma ofensiva em direção ao sul do Mali, e o presidente interino, Dioncounda Traoré, pede socorro à França.
  4. • Com o aval das Nações Unidas, François Hollande envia tropas francesas e dá início a operações aéreas contra os salafistas, numa declarada guerra contra o terrorismo.

Uma operação militar comandada pela França tenta atualmente rechaçar os combatentes islâmicos que há duas semanas iniciaram uma ofensiva-surpresa rumo à capital, Bamako, depois de dominarem em meados do ano passado o desértico norte do país. Uma força terrestre de outros países africanos também está sendo mobilizada para apoiar as tropas da França e do Mali.

“Queremos travar nossa guerra, e não a da AQMI”, disse Ag Intallah, referindo-se à Al Qaeda do Magreb Islâmico, que age na região. “É preciso haver um cessar-fogo para que haja diálogo”, acrescentou ele. Segundo o islamita, seu novo grupo, com sede em Kidal – reduto tuaregue no nordeste do Mali, conquistado no ano passado pelo Ansar Al Din -, está em contato com mediadores em Burkina Faso e autoridades argelinas.

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O Ansar al Din havia estabelecido uma aliança informal com a AQMI e com um terceiro grupo, o Mujwa, para impor a lei islâmica da sharia numa área desértica e montanhosa do tamanho do Texas. A organização criada por Ag Intallah reivindica mais autonomia para o norte, mas não a independência. Ainda não se sabe quantos dos combatentes deixarão as fileiras do Ansar al Din para aderir ao novo grupo.

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Divisão – Negociadores internacionais tentavam há um tempo desafazer a aliança islâmica, oferecendo negociações com o Ansar al Din e os separatistas tuaregues, com a condição de que eles se desvinculassem da AQMI. Até então, o diálogo havia sido abandonado, após o Ansar al Din cancelar um cessar-fogo – em meio a relatos sobre divisões entre moderados, que buscam uma solução política, e radicais, com profundas ligações com a Al Qaeda.

Um recente atentado no campo de gás de In Amenas, na Argélia, atribuído a outro grupo islâmico, o Batalhão de Sangue, é considerado uma reação dos rebeldes ao apoio do governo argelino à intervenção francesa no Mali. Nesta semana, um representante de Mokthar Belmokthar, o terrorista que comandou o ataque à usina de gás, fez ameaças via imprensa à França, considerando o ataque ao complexo um “sucesso”.

(Com agência Reuters)

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