Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Mais de 80% dos brasileiros têm preconceito contra mulheres, diz ONU

Índice ficou praticamente inalterado na última década e, nesse ritmo, mundo pode levar 186 anos para atingir igualdade de gênero

Por Da Redação
12 jun 2023, 12h19

Um relatório do programa de desenvolvimento das Nações Unidas, divulgado nesta segunda-feira, 12, revelou que 84,5% das pessoas têm pelo menos um tipo de preconceito contra mulheres no Brasil, acrescentando que o estigma continua o mesmo de uma década atrás. A pesquisa aponta tanto homens quanto as próprias mulheres perpetuam essa forma de discriminação, capaz de legitimar atos de violência.

De acordo com o Índice de Normas Sociais de Gênero (INSG), nove em cada 10 pessoas de todos os gêneros têm preconceito contra as mulheres no mundo. Os pesquisadores se disseram “chocados” com a falta de avanços e alertam para a permanência de práticas que restringem o espaço das mulheres na política, nos negócios e no trabalho.

A pesquisa descobriu que metade das pessoas em 80 países sondados acredita que os homens são melhores líderes políticos. Já 40% dos entrevistados acreditam que os homens são melhores executivos de negócios, enquanto 25% acreditam que é justificado que os homens batam em suas esposas.

Esses números, de dados coletados entre 2017 e 2022, permaneceram praticamente inalterados em relação ao relatório anterior do INSG, publicado em 2020, que usou dados de 2005 a 2014.

Continua após a publicidade

+ ONU Direitos Humanos faz alerta para proteção de povos indígenas no Brasil

Além das barreiras para as mulheres na política, nos negócios e no trabalho, pesquisadores acreditam que os preconceitos também levam à violações dos direitos humanos. Apesar das mulheres serem mais qualificadas do que nunca, ainda há uma diferença salarial de 39% em relação aos homens.

Os dados denunciam que alcançar a igualdade de gênero até 2030, um dos objetivos estabelecidos pelas Nações Unidas, ainda é uma realidade distante. Segundo a Oxfam, em 2021, uma em cada cinco mulheres se casou antes de completar 18 anos, 1,7 bilhão de mulheres e meninas vivem com menos de US$ 5,50 por dia e elas continuam a assumir três vezes mais atividades de cuidados não remunerados e trabalho doméstico do que os homens em todo o mundo.

Continua após a publicidade

+ OMS condena guerra na Ucrânia e Brasil se abstém

Segundo especialistas, no atual ritmo, ainda vão ser necessários 186 anos para atingir a igualdade de gênero. A lentidão do processo se explica porque, mesmo que tenha havido progresso na promulgação de leis para proteção dos direitos das mulheres, antigas normas sociais continuam profundamente arraigadas.

No relatório, as Nações Unidas pedem que as contribuições econômicas das mulheres para a sociedade sejam melhor reconhecidas, incluindo o trabalho não remunerado. Também demandam leis e medidas que garantam a participação política feminina, bem como mais ações para combater estereótipos.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.