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Mais de 5 mil brasileiros foram apreendidos na fronteira dos EUA em maio

Número é quase quatro vezes maior que o registrado em março, mas ainda longe do recorde de setembro, quando mais de 10 mil apreensões foram contabilizadas

Por Matheus Deccache 29 jun 2022, 19h21
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  • O número de imigrantes brasileiros barrados ou apreendidos na fronteira dos Estados Unidos com o México voltou a crescer no mês de maio. De acordo com o Departamento de Controle de Fronteiras, foram feitas 5.118 apreensões, o equivalente a 165 por dia, número quase quatro vezes maior que o registrado em março – 1.346 –, porém bem abaixo do recorde visto em setembro de 2021, quando 10.471 brasileiros foram capturados ao tentar entrar em território americano. 

    O aumento do número de imigrantes apreendidos na fronteira americana não se limita apenas ao Brasil e é reflexo da crise econômicas instaurada na América Latina e das falas do atual presidente, Joe Biden, durante sua campanha presidencial, dando a entender de que seu governo seria mais liberal neste quesito do que o de seu antecessor, Donald Trump. 

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    O número de apreensões tem se mantido acima dos 200 mil desde março, com o recorde sendo batido em maio com 239 mil, maior cifra já registrada. Nos últimos oito meses, 1.536.899 pessoas do mundo inteiro tentaram entrar nos Estados Unidos de maneira ilegal, com México – 560.579 –, Guatemala – 155.584 – e Cuba – 139.090 – entre os países com maior quantidade de imigrantes presos. 

    As deportações aumentaram significativamente depois da pandemia, muito devido à criação do Título 42, medida criada por Trump ainda em vigor que permite a agentes barrar pedidos de asilo na fronteira e mandar os requerentes para aguardar o resultado da solicitação em outro país sob a justificativa de ameaça à saúde pública. 

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    Durante a última edição da Cúpula das Américas, no início de junho, a vice-presidente Kamala Harris, responsável do governo pelo tema, anunciou um novo investimento privado de 1,9 bilhão de dólares para combater a imigração ilegal no país. 

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    O financiamento é feito por 10 empresas privadas dos setores agroalimentar, telecomunicações, têxtil, financeiro, energético e automotivo e se soma aos 1,2 bilhão de dólares assegurados no ano passado também do setor privado. Desse modo, Harris já chega a 3,2 bilhões de dólares direcionados à causa. 

    Em comunicado, o gabinete de Kamala Harris disse que os investimentos serão responsáveis por gerar dezenas de milhares de empregos na América Latina, que contarão ainda com esforços para combater a violência de gênero, bem como planos de apoio aos mais jovens, que serão financiados com a ajuda dos Estados Unidos. 

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    “Os investimentos visam dar esperança para as pessoas da região construírem vidas seguras e prósperas em suas casas”, disse a Casa Branca em comunicado. 

    Dentre os novos compromissos corporativos, a Visa prometeu investir 270 milhões de dólares focados em trazer 6,5 milhões de pessoas para o sistema bancário formal, enquanto a Gap se comprometeu em investir cerca de 150 milhões de dólares para gerar mais empregos na região.

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