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Maioria da população chinesa já vive em centros urbanos

Nos últimos 30 anos, 240 milhões de chineses trocaram o campo pelas cidades

Por Da Redação
27 dez 2011, 05h05

A maioria dos especialistas concorda que o sistema de ‘hukou’ (sistema de registro que dividia os cidadãos entre urbanos e rurais e não permitia sua saída do lugar de nascimento), que ainda perdura, deve ser abolido progressivamente, já que por causa dele os imigrantes rurais são tratados como ‘cidadãos de segunda classe’ nas zonas urbanas, com menos acesso à educação, saúde e moradia.

A China, um país predominantemente rural durante seus quatro milênios de história, vive um momento inédito em 2011, ano no qual pela primeira vez o volume de moradores das cidades irá superar o do campo.

De acordo com um estudo da agência estatal Academia Chinesa de Ciências divulgado nesta semana, no final deste ano, a população urbana superará a rural, algo que é visto nesse país como “um momento histórico para uma civilização tradicionalmente agrícola”.

Os pesquisadores chegaram a essa conclusão matematicamente, usando os números do último censo nacional, realizado em 2010, que indicou que 50,32% dos chineses moravam no campo e 49,68% nas cidades.

Mas, considerando que a urbanização do país cresce com uma média anual entre 0,8% e 1%, calcula-se que a população urbana um ano depois está entre 674 e 676 milhões, e a rural entre 671 e 672 milhões, o que revela, pela primeira vez, uma mudança na composição da sociedade desse país.

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Esse é um momento simbólico no processo de urbanização que começou há um século, mas lentamente: nos anos 50 do século XX, pouco mais de 60 milhões de chineses viviam nas cidades contra cerca de 500 milhões de agricultores.

Até o Partido Comunista de Mao Tsé-tung, na ocasião, foi considerado fundamentalmente camponês, em relação às formações proletárias (urbanas) da URSS e de outros países com orientação marxista.

Mao limitou muito o êxodo rural, apesar de seus esforços para industrializar o país, que não deixaram a população rural chinesa diminuir até os anos 90, enquanto a urbana havia iniciado um ritmo acelerado de crescimento nos primeiros anos da década de 80, com a reforma e abertura de Deng Xiaoping.

Problemas sociais – A nova situação da China não é sinônimo de que o país seja ‘próspero’, mas é um passo desejado por Pequim, embora os especialistas reconheçam que o país enfrenta grandes desafios e que o êxodo rural é também um reflexo de problemas sociais.

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A maioria dos especialistas concorda que o sistema de ‘hukou’ (sistema de registro que dividia os cidadãos entre urbanos e rurais e não permitia sua saída do lugar de nascimento), que ainda perdura, deve ser abolido progressivamente, já que por causa dele os imigrantes rurais são tratados como ‘cidadãos de segunda classe’ nas zonas urbanas, com menos acesso à educação, saúde e moradia.

Nos últimos 30 anos, cerca de 240 milhões de chineses deixaram o campo para viver nas cidades e muitos não encontraram outra opção do que trabalhar em empregos não especializados e mal remunerados, como a construção civil.

Mas esse processo também apresenta muitas oportunidades para a China, segundo os especialistas, e muitos veem o fenômeno como a salvação da economia nacional quando o mercado de exportações se ‘esgotar’ por causa do progressivo encarecimento da mão de obra nacional e da moeda, o iuane, além do estímulo ao consumo interno pela população urbana, para garantir o desenvolvimento do país.

(com Agência EFE)

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