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Maduro pede à Interpol captura de ex-procuradora da Venezuela

'O Brasil está levando essa fugitiva da lei', disse sobre a visita de Luisa Ortega a Brasília

Por Da redação
Atualizado em 23 ago 2017, 11h47 - Publicado em 22 ago 2017, 22h17
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  • A ex-procuradora da Venezuela, Luisa Ortega Díaz, partiu nesta terça-feira rumo ao Brasil, procedente da Colômbia, onde chegou na sexta-feira passada, após denunciar uma “perseguição política” de parte do governo de Nicolás Maduro.

    Em Caracas, o presidente anunciou que pedirá a captura internacional da ex-funcionária e seu marido, o deputado Germán Ferrer, a quem acusa de corrupção. “A Venezuela vai solicitar à Interpol um código vermelho a estas pessoas envolvidas em crimes graves”, destacou Maduro em coletiva de imprensa. “O Brasil está levando esse fugitivo da lei”, completou.

    Ortega e Ferrer deixaram a Venezuela e chegaram de surpresa a Bogotá na tarde de sexta-feira. Nesta segunda, o presidente Juan Manuel Santos, que não descartou romper relações com Maduro em meio à severa crise venezuelana, afirmou que a ex-procuradora estava “sob proteção do governo da Colômbia” e ofereceu-lhe asilo.

    No Brasil, a ex-procuradora participará da 22ª Reunião Especializada de Ministérios Públicos do Mercosul, que acontece esta semana em Brasília“Esse evento vai permitir que eu mostre ao mundo as provas que incriminam Nicolás Maduro e todos em seu entorno de graves crimes de corrupção”, disse sobre o evento, antes de deixar o país colombiano. 

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    A ira de Caracas

    Ortega foi destituída de suas funções como procuradora-geral pela Assembleia Constituinte no início de agosto. A chavista de 59 anos, que rompeu recentemente com o governo de Maduro, burlou a proibição de deixar a Venezuela, imposta pelo máximo tribunal no âmbito de uma investigação feita sobre ela por supostamente mentir no exercício de suas funções.

    Seu marido enfrenta uma ordem de prisão soba a acusação de liderar uma rede que extorquia empresários corruptos de dentro da Procuradoria, após a Constituinte retirar sua imunidade parlamentar. Segundo Ortega, as acusações contra eles são parte de uma “perseguição política”.

    A oferta de asilo de Santos despertou a ira de autoridades venezuelanas. “Bogotá tornou-se o centro da conspiração contra a democracia e a paz na Venezuela. Vergonha histórica do ‘Caim da América'”, reagiu o chanceler Jorge Arreaza no Twitter. O ministro tachou de “cínica” a decisão do governo colombiano de proteger Ortega e acrescentou que desta forma Bogotá “protege a corrupção e o crime na Venezuela”.

    Vínculo com a Odebrecht

    Ortega se rebelou contra Maduro no final de março, quando denunciou uma “ruptura constitucional” na Venezuela a partir de decisões judiciais contra o Parlamento de maioria opositora. O divórcio definitivo ocorreu com a instalação da Assembleia Constituinte, com a qual Maduro pretende mudar a Constituição.

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    Antes de chegar a Bogotá, a ex-funcionária participou por videoconferência de um encontro de procuradores, realizado na sexta-feira em Puebla, México. A ex-procuradora acusa o presidente Maduro de envolvimento no escândalo de corrupção internacional da empreiteira Odebrecht. “Temos o detalhe de toda a cooperação, montantes e personagens que enriqueceram e esta investigação envolve o senhor Nicolás Maduro e seu entorno”, disse.

    No domingo, Maduro contra-atacou. Em entrevista à televisão venezuelana, ele disse que a ex-procuradora bloqueou investigações ordenadas por ele sobre casos de corrupção. Segundo o chefe de Estado, Ortega alertou as empresas vinculadas ao setor petroleiro que estavam sob suspeita em troca de “milhões de dólares”.

    Além da ex-procuradora, cinco magistrados nomeados pelo Parlamento de maioria opositora fugiram para a Colômbia. O Chile, por sua vez, concedeu asilo diplomático a outros quatro magistrados e um dirigente político opositor, que estavam protegidos como hóspedes na embaixada chilena em Caracas.

    (Com AFP)

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