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Macron rejeita plano israelense de empurrar civis para sul de Gaza

Presidente francês disse que o mundo deveria buscar um cessar-fogo humanitário para salvar vidas na região

Por Da Redação
Atualizado em 9 nov 2023, 13h23 - Publicado em 9 nov 2023, 12h27
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  • O presidente da França, Emmanuel Macron, se posicionou contra os planos israelenses de empurrar os civis para zonas seguras no sul de Gaza e disse que o mundo deve se colocar em apoio a um cessar-fogo humanitário como a única forma de salvar vidas no território. Ele estava abrindo uma conferência humanitária organizada às pressas em Paris, com a participação de políticos, ONGs e líderes do movimento humanitário das Nações Unidas.

    Macron descreveu a proposta de zonas seguras no sul de Gaza como uma péssima ideia que não garantiria a segurança porque não existia nenhum acordo político para elas. Ele apoiou a realização de um corredor humanitário marítimo de Chipre ao sul do enclave palestino.

    Israel rejeitou o convite de Macron para a conferência de Paris, mas o primeiro-ministro palestino, Mohammad Shtayyeh, compareceu. Shtayyeh criticou o conflito, afirmando que ele foi contra todo o povo palestino e não apenas contra o Hamas, e concluiu perguntando se matar seis crianças por hora era um banho de sangue suficiente para as autoridades mundiais.

    + Israel diz que capturou reduto militar do Hamas no norte de Gaza

    Martin Griffiths, chefe da agência humanitária da ONU, disse que a escalada da guerra já estava em curso. Ele também disse que as propostas para zonas seguras em Gaza eram inaceitáveis, não tinham sido discutidas com a ONU e, com base na história, não funcionariam.

    “A guerra, de fato, é um vírus que sempre quer se expandir. O conflito atual é um incêndio que consumiria a região, que poderia se espalhar, e que pensaremos que estes foram os bons dias quando vermos o que pode acontecer amanhã”, disse Griffiths.

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    Ele disse que a quantidade de ajuda que chega a Gaza através da passagem de Rafah, na fronteira com o Egito, era “uma migalha” e que os atuais 100 caminhões por dia precisavam de ser quintuplicados e se tornar um abastecimento permanente. Por isso, os líderes demonstraram apoio para o apelo do presidente do Chipre, Nikos Christodoulides, para um corredor humanitário marítimo de sentido único.

    + ONU acusa tanto Hamas quanto Israel de cometerem crimes de guerra

    Christodoulides disse que o corredor, baseado no porto de Larnaca, a 370 km de Gaza, poderia armazenar 200 mil toneladas de ajuda para enviar para a costa sudoeste do território acompanhada por fragatas, com a área de descarga controlada pela ONU. Segundo o cipriota, seu plano “para uma rota sustentável e confiável estava ganhando força e apoio político”.

    O primeiro-ministro da Grécia, Kyriakos Mitsotakis, disse que o seu país estava disposto a fornecer meios navais para o corredor, desde que a proposta fosse segura e uma zona de desembarque tivesse a infraestrutura necessária.

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    Na quarta-feira, o secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que o número de civis mortos no conflito aponta para um erro na atuação das Forças de Defesa Israelenses (IDF).

    “Há violações por parte do Hamas quando eles têm escudos humanos. Mas quando olhamos para o número de civis que foram mortos nas operações militares, há algo que está claramente errado”, disse Guterres à agência de notícias Reuters.

    Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, 10.569 pessoas já foram mortas na região desde que Israel decidiu responder ao ataque surpresa do grupo extremista, realizado no dia 7 de outubro, e responsável pela morte de 1.400 pessoas e que fez mais de 240 reféns.

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