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Macron afirma estar empenhado em ‘irritar’ não vacinados contra Covid

Presidente francês declarou que estratégia é dificultar ao máximo o dia a dia daqueles que se recusam a se imunizar

Por Matheus Deccache Atualizado em 5 jan 2022, 12h56 - Publicado em 5 jan 2022, 12h55

O presidente da França, Emmanuel Macron, provocou duras reações da oposição ao afirmar que parte da estratégia de vacinação de seu governo é causar “irritação” naqueles que não querem se imunizar contra o coronavírus, tornando suas vidas cada vez mais complicadas. 

“Não pretendo irritar todo o povo francês. Mas em relação aos não vacinados, eu realmente quero irritá-los. E vamos continuar fazendo isso até o fim, essa é nossa estratégia”, disse ao jornal Le Parisien.

A palavra usada por Macron, “emmerder”, é considerada vulgar no francês, o que fez com que partidos da oposição suspendessem novamente o debate na Assembleia Nacional sobre a lei do passaporte de vacinação.

Se a nova legislação for aprovada, significará que apenas os totalmente vacinados poderão obter o passaporte de saúde a partir do próximo mês. Até o momento, aqueles que apresentam um teste PCR negativo também podem usufruir do passe. 

O documento, lançado no verão do hemisfério Norte, é necessário na França para acessar locais fechados como cafés, restaurantes, cinemas, museus e centros esportivos, bem como para a realização de viagens de longa distância. 

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Na última terça-feira, em meio ao avanço da variante ômicron, a França registrou 271.686 casos de Covid-19, o maior número desde o início da pandemia.

“Em uma democracia, os piores inimigos são as mentiras e a estupidez. Estamos pressionando essa parcela da população e limitando seu acesso às atividades na vida social”, disse o presidente.

Macron, que pretende concorrer ao segundo mandato nas eleições de abril, acrescentou ainda que não irá prender os que se recusam a receber os imunizantes e nem pretende obrigá-los a se vacinar.

“Temos que dizer a eles: a partir de 15 de janeiro, vocês não poderão ir ao cinema, não poderão frequentar um restaurante e não poderão ir ao teatro. Quando minhas liberdades ameaçam as dos outros, eu me torno irresponsável. E quem é irresponsável não é um cidadão”, afirmou. 

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Segundo pesquisa do jornal Le Figaro, 64% dos entrevistados disseram ser a favor do passaporte de vacinação. No entanto, as falas do presidente foram duramente criticadas pela oposição, que já vinha acusando o presidente de falta de tato com uma parcela da população francesa.

A candidata dos Republicanos à Presidência e terceiro lugar nas pesquisas de opinião, Valérie Pecresse, disse estar “revoltada com os comentários”, e que “insultos nunca são uma boa solução”.

Já a líder da extrema-direita e também candidata presidencial Marine Le Pen, em segundo nas pesquisas, disse que um presidente não deve se comportar de tal maneira, afirmando que ele está transformando os não vacinados em cidadãos de segunda classe. 

Analistas apontam que os comentários de Macron fazem parte de uma estratégia política, ainda que ele soubesse que causaria a ira de uma parcela da população. Pesquisas recentes feitas no país apontam que a grande maioria dos eleitores franceses estão se sentindo cada vez mais frustrados com a pandemia e aprovam a vacinação como um meio eficaz de acabar com ela. 

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Além disso, o presidente sabe que já não receberia votos daqueles que se opõem a ela. Até o momento, 78% da população da França já foi vacinada, com 73% totalmente imunizados e 5% com pelo menos a primeira dose aplicada.

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