Lula recebe Antony Blinken nesta quarta em meio à crise com Israel
Secretário de Estado americano se reúne com o petista às 9h no Palácio do Planalto
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe para reunião nesta quarta-feira, 21, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken. O encontro acontecerá às 9h no Palácio do Planalto.
Blinken desembarcou em Brasília na noite desta terça e vai participar também na quarta da reunião de ministros de Relações Exteriores do G20, bloco que reúne as maiores economias do mundo, no Rio de Janeiro. O Brasil preside o G20 neste ano de 2024. Blinken deve seguir depois para a Argentina, onde se encontrará com o presidente Javier Milei.
A conversa de Blinken e Lula deve girar em torno de temas como energia limpa, a disputa entre Venezuela e Guiana pela região de Essequibo, paz e segurança globais, segundo antecipou o secretário de Estado Adjunto para Assuntos do Hemisfério Ocidental, Brian Nichols, à imprensa.
A reunião, porém, ganhou ainda mais importância depois da crise diplomática instaurada entre Brasil e Israel, aliado dos Estados Unidos. É esperado que o assunto seja tratado no encontro.
No domingo, Lula comparou os ataques israelenses em Gaza ao extermínio de judeus por Adolf Hitler. O petista foi criticado pelo premiê Benjamin Netanyahu e foi declarado persona non grata na segunda-feira pelo chanceler israelense, Israel Katz, que exigiu retratação.
Katz também levou o embaixador brasileiro em Tel Aviv, Frederico Meyer, para uma visita ao Museu do Holocausto. A situação gerou desconforto no governo Lula, que chamou Meyer de volta ao Brasil.
Nesta terça, Katz subiu o tom e disse que a declaração de Lula foi “promíscua, delirante”, além de “um cuspe no rosto dos judeus brasileiros”. Em resposta, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, afirmou que as manifestações são “inaceitáveis na forma, e mentirosas no conteúdo“.
O chefe do Itamaraty declarou que a maneira como Katz se dirigiu a Lula foi “algo insólito e revoltante” e acusou o chanceler israelense de “distorcer posições do Brasil” para tirar proveito em política doméstica e de tentar lançar uma “cortina de fumaça que encubra o real problema do massacre em curso em Gaza”.
Também nesta terça, o porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Matthew Miller, disse que o governo americano “obviamente discorda” da declaração de Lula. “Fomos bastante claros que não acreditamos que um genocídio ocorreu em Gaza”, afirmou.