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Lula e Macron pedem ‘paz’ e exaltam aliança Brasil-França

Presidentes participaram no Rio do terceiro lançamento de um submarino da Marinha brasileira fruto de cooperação tecnológica com os franceses

Por Lucas Mathias Atualizado em 27 mar 2024, 13h33 - Publicado em 27 mar 2024, 13h26

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a defender, na manhã desta quarta-feira, 27, o fim dos conflitos geopolíticos e a pedir paz — desta vez, ao lado do chefe de Estado francês, Emmanuel Macron. Os dois participaram, no Complexo Naval de Itaguaí, litoral Sul do Rio, do lançamento do submarino “Tonelero”, o terceiro do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (ProSub), uma parceria entre os governos brasileiro e francês. Marca nos discursos de ambos os mandatários, a soberania de suas nações foi ressaltada, assim como importância da cooperação do governo brasileiro com a França.

“Temos que nos preocupar com nossa defesa. Não porque queremos guerra, mas para quem quer paz. Um país que quer se proteger e construir a soberania de seu povo, tem que se preocupar com o espaço aéreo, marítimo, com suas riquezas. Sabemos que existe hoje um processo muito grande animosidade contra o processo democrático neste país e no planeta Terra. Essa parceria com a França parceria vai permitir que a gente se prepare para conviver com essa diversidade sem se preocupar com qualquer tipo de guerra, porque somos defensores da paz. Queremos que todos os países que querem paz sabem que o Brasil está ao seu lado”, disse o presidente brasileiro.

“Temos no fundo a mesma visão do mundo é dos seus equilíbrios. Rejeitamos o mundo que seja prisioneiro dos conflitos de duas grandes potências. Queremos defender nossa independência e soberania, mas também o respeito pelo direito internacional em todo mundo. Acreditamos no ser-humano, queremos defendê-lo, acreditamos na paz”, afirmou Macron, que completou:  “Devemos reconhecer que neste mundo, cada vez menos organizados, temos que saber defender a ordem internacional com credibilidade. Essa visão geopolítica, que é nossa, de nações que rejeitam essa divisão do mundo, é o que nos une. Juntos, queremos começar nova página, graças a força da nossa aliança diplomática”.

Aliança Brasil-França

Os presidentes também trocaram acenos e projetaram uma ampliação na aliança e na troca tecnológica entre os dois países. Enquanto Macron ressaltou a “vontade e a determinação de um homem com visão, sobre Lula ter iniciado a Parceria Estratégica Brasil-França há 16 anos, em 2008, o presidente brasileiro ressaltou os avanços tecnológicos no país com a cooperação junto aos franceses. Novos acordos também devem ser firmados na reunião bilateral entre os dois, marcada para esta quinta-feira, 28, em Brasília.

“Meu caro Lula, estou aqui para celebrar esses 16 anos de parceria, mas para que nos próximos anos possamos expandir essa cooperação, com uma ambição ainda maior. De um Brasil e uma França ainda mais fortes”, disse Macron.

“Quando nos encontramos amanhã em Brasília, vamos firmar a maior quantidade de acordos que Brasil e França já firmaram”, prometeu Lula.

Aceno aos militares

Terceiro de uma série de cinco submarinos do ProSub, o Tonelero foi projetado pela Naval Group com a participação de engenheiros brasileiros e prontificado pela Itaguaí Construções Navais. Na cerimônia desta quarta, foi também lançado ao mar pela primeira vez e, depois de uma fase de testes, vai contribuir para a defesa da costa brasileira, chamada pela Marinha de “Amazônia Azul”, por conta de sua dimensão.

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Além dessa embarcação, já foram entregues ao setor operativo outros dois submarinos do ProSub: “Riachuelo” e “Humaitá”. O primeiro foi lançado ainda em 2022, em cerimônia com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL); já o segundo, operante oficialmente desde o início deste ano, teve visita do presidente Lula em 2023.

O próximo lançamento está previsto para 2025 e o último, um submarino de propulsão nuclear, para 2034. Resultado da Parceria Estratégica Brasil-França, firmada em 2008, o ProSub tem orçamento que gira em torno de R$ 40 bilhões. 

A nova visita ao Complexo Naval de Itaguaí marca um período em que Lula tem buscado pacificar sua relação com as Forças Armadas, em meio a investigações sobre a participação de militares na tentativa de golpe do 8 de janeiro. Nas últimas semanas, ele também fez movimento para que não houvesse grandes manifestações no aniversário do golpe de 1964, que completa 60 anos no próximo dia 31, de modo a evitar conflitos com a caserna.

A importância e a valorização dos militares também foi marca do discurso de Lula, que destacou os investimentos feitos nas Forças Armadas e o saldo positivo da transferência da tecnologia francesa. “Tenha certeza que esse carinho que temos com a Marinha, temos com a Aeronáutica e com o Exército Brasileiro”, pontuou o chefe do Planalto.

A “madrinha” Janja

A cerimônia também foi marcada pelo protagonismo da primeira-dama Rosângela Silva, a Janja, escolhida para batizar a embarcação. O rito é tradicional em eventos da Marinha.

Ao quebrar uma garrafa de champanhe no casco do submarino, ela se tornou a madrinha do Tonelero, o que foi celebrado na fala de todas as autoridades presentes — do comandante da Marinha, Almirante Marcos Sampaio Olsen, ao mandatário francês, Macron.

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Junto aos presidentes Lula e Macron, estiveram o ministro da Defesa, José Múcio, além do governador do Rio, Claudio Castro, os ministros Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), Nisia Trindade (Saúde) e Mauro Vieira (Relações Exteriores), e o assessor especial da Presidência da República, Celso Amorim.

Pacote de 1 bilhão de euros

Nesta terça-feira, em meio à visita de Macron ao Brasil, Lula e o presidente francês anunciaram um programa que deve investir 1 bilhão de euros (5,3 bilhões de reais) nos próximos quatro anos em economia sustentável na Amazônia brasileira e da Guiana Francesa.

A parceria vai unir bancos públicos brasileiros, incluindo o Basa e o BNDES, e a Agência Francesa de Desenvolvimento, presente no Brasil e na Guiana Francesa. O projeto buscará um novo acordo científico entre os países para desenvolvimento de pesquisas sobre sustentabilidade e também deve criar um hub para compartilhamento de tecnologias sobre o tema.

Brasil e França manifestaram o compromisso conjunto de combate ao desmatamento, proteção da Amazônia, restauração e gestão sustentável de florestas tropicais, e desenvolvimento da bioeconomia, incluindo “mecanismos inovadores de financiamento”.

Ainda nesta quarta-feira, o presidente Lula volta a Brasília, onde terá uma reunião com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, marcada para as 16h30. Macron, por sua vez, vai a São Paulo, antes de voltar a Brasília para encontro bilateral com o chefe do Planalto.

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