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Lula diz ser ‘grave’ veto a candidata da oposição na eleição da Venezuela

Brasil já havia expressado 'preocupação' quando principal rival de Maduro não conseguiu registrar candidatura

Por Da Redação
Atualizado em 8 Maio 2024, 12h02 - Publicado em 28 mar 2024, 16h27
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  • O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira, 28, que considerou “grave” que Corina Yoris não tenha conseguido registrar sua candidatura à presidência da Venezuela. Yoris, da Plataforma Unitária Democrática (PUD), passou a representar a oposição ao regime de Nicolás Maduro após ser indicada pela vencedora das primárias, María Corina Machado, inabilitada a concorrer pelo Supremo do país.

    “Primeiro houve uma decisão boa, da candidata que foi proibida de ser candidata pela Justiça (María Corina) indicar uma sucessora (Yoris). Achei um passo importante. Agora, é grave que a candidata não possa ter sido registrada”, disse Lula.

    “Me parece que ela se dirigiu até o (Conselho Nacional Eleitoral) e tentou usar o computador e não conseguiu entrar. Então foi uma coisa que causou prejuízo a uma candidata”, continuou ele. “O dado concreto é que não tem explicação. Não tem explicação jurídica, política, você proibir um adversário de ser candidato.”

    O Ministério das Relações Exteriores já havia expressado, em nota, “preocupação” com o processo eleitoral na Venezuela.

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    Conversas com Maduro

    As declarações foram dadas durante a cerimônia de recepção ao presidente da França, Emmanuel Macron, em visita ao Brasil, que disse concordar com o posicionamento do homólogo brasileiro. O chefe de Estado francês afirmou ainda que vai tentar convencer Maduro a permitir a participação de candidatos barrados.

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    Já Lula declarou que já conversou com o presidente venezuelano, seu aliado histórico, e defendeu ser essencial garantir o processo democrático no país. “É importante para a Venezuela voltar ao mundo com normalidade”, completou.

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    Denúncias da oposição

    As eleições venezuelanas estão agendadas para o dia 28 de julho, e os candidatos tinham até a última segunda-feira, 25, para registrarem seus nomes no pleito. Naquele dia, o partido de Yoris e María Corina, a Plataforma Unitária Democrática, denunciou que “nunca” teve acesso ao sistema de candidaturas na plataforma online do CNE desde que o processo foi aberto, em 21 de março.

    “Informamos à opinião pública nacional e ao mundo que temos trabalhado o dia todo para tentar exercer o nosso direito constitucional de nomear o nosso candidato, mas não foi possível”, disse um dos líderes da coalizão opositora, Omar Barboza, em comunicado em vídeo.

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    A PUD desejava registrar a candidatura de Yoris, indicada como substituta de María Corina, que venceu com mais de 90% dos votos as primárias da aliança opositora no ano passado. Ela era favorita nas pesquisas, mas foi inabilitada para exercer cargos públicos por 15 anos.

    Em entrevista às Páginas Amarelas de VEJA, Machado havia dito que as eleições na Venezuela não poderiam ser consideradas livres caso ela não fosse permitida a participar, dado que havia sido escolhida como representante da oposição por voto popular. E profetizou: “O regime vai continuar cortando a cabeça de candidato após candidato até encontrar um fraco suficiente que seja capaz de derrotar”.

    Um total de doze nomes conseguiram se registrar no pleito, e Manuel Rosales, um ex-rival do falecido Hugo Chávez, despontou como o principal adversário de Maduro. Ele pertence a um dos partidos da coalizão que forma a Plataforma Unitária Democrática.

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