Londres perderá Malvinas se Argentina tomar base aérea
Segundo general, Grã-Bretanha não pode defender as ilhas sem porta-aviões
Assim como há 30 anos, as Forças Armadas britânicas fazem um alerta ao governo do país: é preciso preparar-se para defender as Malvinas da Argentina. Desta vez, porém, o recado é mais grave. A falta de equipamentos pode fazer com que a Grã-Bretanha perca o controle das ilhas. Em meio a uma crescente tensão entre os dois países pela soberania do arquipélago, o general de divisão Julian Thompson declarou ao jornal britânico The Guardian que, diferentemente de 30 anos atrás, a Grã-Bretanha não pode defender as ilhas porque carece de um porta-aviões.
“Os argentinos têm uma brigada de infantaria marinha. Têm uma brigada de paraquedistas e algumas boas forças especiais”, declarou o militar em uma entrevista ao Times. “Tudo o que precisam fazer é levar essa gente às ilhas durante o tempo necessário para destruir os aviões Typhoon (da Royal Air Force) e será o fim”, acrescentou.
Segundo o general de brigada, se as forças argentinas destruírem ou se apoderarem da única base militar das ilhas, a de Mount Pleasant, a cerca de 50 quilômetros da capital, a única solução seria enviar uma força naval, como decidiu fazer a então primeira-ministra Margaret Thatcher há 30 anos. Salvo que, no caso, não haveria porta-aviões, já que o último, o “HMS Ark Royal” foi retirado de serviço em dezembro de 2010, à espera da construção de dois novos que estarão prontos até 2020. “É preciso levar seu próprio apoio aéreo e não se pode fazer isso sem um porta-aviões. Fim da história”, disse Thompson na entrevista.
A advertência do general de brigada ocorre em meio a uma nova escalada verbal entre Argentina e a Grã-Bretanha pelas Malvinas, a menos de um mês do 30º aniversário do início do conflito, que em 74 dias deixou 649 argentinos e 255 britânicos mortos.
Diplomacia – Londres, que controla as ilhas desde 1833, convocou na semana passada o máximo representante diplomático da Argentina na capital britânica para pedir a ele explicações pelas tentativas de bloquear as exportações britânicas e a decisão de negar o acesso a dois cruzeiros no porto argentino de Ushuaia (sul). A Argentina também denunciou recentemente a “militarização” do Atlântico Sul por parte dos britânicos após o anúncio do envio iminente de um moderno destróier à região e a mobilização do príncipe William para uma missão como piloto de helicópteros de busca e resgate.
(Com agência France-Presse)