A Liga Árabe decidiu manter a missão de observadores na Síria, apesar das críticas envolvendo a sua eficiência, segundo um comunicado divulgado neste domingo pela organização.
O comitê ministerial da Liga encarregado do caso sírio decidiu “dar aos observadores o tempo necessário para manterem sua missão conforme o protocolo”, após analisar o primeiro relatório do chefe dos especialistas, o general sudanês Mohamad al-Dabi.
O plano árabe, aceito pelo regime de Bachar al-Assad, tem o objetivo de pôr fim à violência, libertar os presos, retirar o Exército das cidades e conseguir a livre circulação, em todo o país, dos 163 observadores e dos jornalistas.
Após uma reunião no Cairo, o comitê ministerial também pediu ao governo sírio que respeite suas promessas, apesar de ter feito “progressos parciais”. A Liga pediu a Damasco e “a todos os grupos armados que interrompam imediatamente todos os atos de violência”, e solicitou que o general Dabi entregue no próximo dia 19 um relatório completo sobre os esforços da Síria para honrar seus compromissos.
O comunicado da organização árabe faz um chamado por um reforço financeiro e logístico, para “garantir o cumprimento” dos objetivos. A Liga também pediu que sejam mantidas as conversas com a ONU, para reforçar a capacidade técnica dos observadores.
O premier do Qatar, Hamad bin al-Thani, que presidiu a reunião, declarou que o relatório mostra que “as mortes diminuíram, mas um só morto é um morto a mais (…) Esperamos que o governo sírio tome medidas decisivas para interromper o derramamento de sangue. A Síria deve ser forte e tomar uma decisão histórica.”
Segundo Thani, a Liga espera aumentar o número de observadores na Síria para 300.
O relatório é divulgado no momento em que a oposição levanta a voz para que a ONU envie seus próprios observadores à Síria, e se ocupe diretamente do caso.