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Líderes mundiais prestam homenagem a vítimas do genocídio armênio

Há 100 anos a Turquia iniciou deliberadamente o assassinato de cristãos armênios. Pelo menos 1,5 milhão de pessoas foram mortas entre 1915 e 1923

Por Da Redação
24 abr 2015, 08h53

Líderes mundiais, como o presidente da França, François Hollande, e o da Rússia, Vladimir Putin, participam da cerimônia que lembra o centenário do genocídio armênio nesta sexta-feira, em Yerevan. A cerimônia começou com um minuto de silêncio pelo 1,5 milhão de vítimas que morreram nas mãos do Império Otomano. Na sua chegada a Tsitsernakaberd, nos arredores da capital da Armênia, Putin e Hollande foram recebidos pelo presidente do país, Serge Sargsián, na avenida que leva ao complexo onde arde a chama eterna em homenagem às vítimas do fato considerado pelo papa Francisco como “o primeiro genocídio do século XX”.

O presidente da Armênia destacou que “o ocorrido em 1915 não teve precedentes nem por sua magnitude, nem por suas consequências” e acrescentou que o genocídio é “uma ferida ainda aberta porque há no mundo a negação”. Antes da cerimônia oficial no complexo localizado em uma colina aos arredores de Yerevan, os líderes e diplomatas convidados para o ato visitaram o museu dedicado ao genocídio ocorrido entre 1915 e 1923.

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No local, há fotografias feitas há cem anos pelo alemão Armin Vegner, testemunha do massacre quando servia como soldado e médico na Síria durante a Primeira Guerra Mundial. A tradição prevê que os líderes que visitam o memorial do genocídio armênio devem plantar uma árvore como lembrança das vítimas. Além de Putin e Hollande, estão presentes também o presidente do Chipre, Nicos Anastasiades, e representantes de governos de outros países, como dos Estados Unidos, Alemanha e Argentina, que enviou o ministro das Relações Exteriores, Héctor Timmerman.

As vítimas foram canonizadas ontem em uma cerimônia solene, na qual também foram proclamadas como mártires da Igreja Apostólica Armênia, a mais antiga do mundo. Sargsián pediu nesta semana que o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, aproveite a data simbólica para normalizar as relações diplomáticas entre os dois países, ou seja, reconhecendo o genocídio e abrindo a fronteira comum.

Sobre o assunto, Putin afirmou que o genocídio armênio “é um dos eventos mais terríveis e dramáticos na história da humanidade” e ressaltou que o extermínio por motivos étnicos não pode ser justificado. Os armênios acusam as autoridades otomanas de planejar a aniquilação sistemática da minoria armênia, que teria começado simbolicamente em 24 de abril de 1915 com a detenção de várias centenas de intelectuais em Constantinopla, capital do império.

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A Turquia anunciou que também homenageará os “armênios otomanos” mortos há mais de 100 anos, mas Erdogan nega categoricamente que essas mortes possam ser consideradas como genocídio, já que durante a disputa da I Guerra Mundial muitos muçulmanos também perderam a vida.

Definição – O termo genocídio foi cunhado em 1943 pelo advogado polonês Raphael Lemkin em um livro sobre a Europa ocupada pelos nazistas que também menciona o caso armênio. Ainda que o genocídio armênio tenha ocorrido três décadas antes da invenção do léxico, não há dúvida que ele é adequado para classificar os acontecimentos entre 1915 e 1923 na Turquia. A palavra genocídio, em sua origem, define um ato deliberado para aniquilar, em todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso. Trata-se, sempre, de um ato político. Além disso, uma característica dos genocídios é que os opressores não se satisfazem em matar apenas seus oponentes ativos, eles caçam e eliminam todos os homens, mulheres, crianças e bebês do grupo transformado em alvo.

(Da redação)

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